Pré-Socráticos (Séc VI e V a.C.)
Os pré-socráticos, também chamados, ao longo da história da filosofia, pré-platônicos e pré-aristotélicos, são os primeiros pensadores do Ocidente, aqueles que deram início ao questionamento filosófico.
Seus principais representantes são: Tales de Mileto (Cerca de 625/4-558/47 a.C.), Anaximandro de Mileto (610/11- 547 a.C.), Anaxímenes de Mileto (585-528/5 a.C.), Xenófanes de Cólofon (Cerca de 570-470 a.C.), Heráclito de Éfeso (século VI a.C - século V), Pitágoras de Samos, Alcmeão de Cróton, Parmênides de Eléia, Zenão de Eléia (464/41 a.C.), Melisso de Samos, Empédocles de Agrigento (Cerca de 492/90-435 a.C.), Filolau de Cróton, Arquitas de Tarento, Anaxágoras de Clazômenas (499-428 a.C), Leucipo de Abdera, Demócrito de Abdera (460?-370? a.C.) (era comum, na Antiguidade, designar uma pessoa por seu nome e cidade de origem).
Segundo as afinidades existentes entre seus pensamentos, estes filósofos se agruparam em determinadas escolas, como a jônica, a milésia, a pitagórica, a eleática.
É interessante notar que a filosofia não surge a princípio, como seria possível pensar, em Atenas, mas sim nas colônias gregas espalhadas pela Ásia Menor.
Segundo os historiadores da filosofia, isso foi propiciado devido a expansão econômica, mercantil e técnica, destas colônias, ocorrida durante o séc. VII, o que contribuiu para a formação de um pensamento eminentemente especulativo e compreensivo da realidade.
Aristóteles (384-322 a.C.) chamou estes pensadores de fisiólogos (physiólogoi) porque os seus pensamentos investigam a natureza (physis).
A caracterização de Aristóteles (384-322 a.C.) deve ser corretamente compreendida. Fisiólogo não é um termo que deva ser confundido com nossas noções modernas e científicas de física ou fisiologia.
Os pré-socráticos merecem tal denominação porque pensam a natureza (physis) como o princípio (arché) de constituição de toda e qualquer realidade.
Para eles, a physis é compreendida como "o que brota e emerge a partir de si mesmo", podendo ser reunida e apresentada no lógos.
Traduzido por discurso, razão ou pensamento, o lógos caracteriza a possibilidade de falar de acordo com a physis, buscando compreender a unidade que dá origem à multiplicidade aparente.
Seja a água, como em Tales, o fogo, em Heráclito , o indeterminado de Anaximandro, a comunhão dos elementos em Empédocles, o átomo de Leucipo e Demócrito, ou mesmo o número para Pitágoras, trata-se sempre de um pensamento que busca indicar, através de um determinado elemento, a unidade original da physis, pela qual a totalidade do real pode ser compreendida.
Por ser um pensamento (logos) (physis), Aristóteles (384-322 a.C.) acerca da natureza os caracterizou como fisiólogos.
Os escritos dos pré-socráticos chegaram até nós sob forma de fragmentos, através de citações ou comentários (doxografia) de Platão, Aristóteles (384-322 a.C.), Teofrasto, Diógenes Laércio e outros filósofos e historiadores de períodos mais recentes.