Literatura no Mundo

Literatura Alemã

A Evolução da Literatura alemã passou pelos períodos Gótico (Século IV), Alto Alemão Antigo (750-1100), Médio (1100-1500) e Moderno (1500 em diante).

Gótico

No período Gótico foram produzidas a maioria das Lendas heróicas, além da tradução do Novo Testamento pelo Bispo Ulfilas.

Antigo

A mais importante obra deste período é a Canção de Hildebrando, além das epopéias religiosas (Heliand Muspilli).

Médio

Neste período surgiram as epopéias de Wolfram de Eschenbach (Parsifal) e Godofredo de Strassburg (Tristão e Isolda) além de duas grandes epopéias populares, que são os cantos de Nibelungen e de Gudrun.

1350 a 1500

Neste período predomina a obra de Hans Sachs, símbolo da poesia dos mestres cantores burgueses.

Moderno

A tradução da Bíblia para o alemão marca o início do alto alemão Moderno. No século XVII predomina o estilo barroco, além do desenvolvimento do Hino Sacro. O romance picaresco tem sua maior expressão em Grimmelshausen.

Classicismo

Gottsched marca o inicio do classicismo no Século XVIII. Contrários a esta tendência, Klopstock e Herder iniciam o Sturm und Drang do qual participaram Schiller (1759-1805) e Goethe (1749-1832). Lessing foi o maior representante do racionalismo, enquanto Wieland do estilo rococó (barroco). Goethe (1749-1832), Schiller (1759-1805) e Holderlin são os maiores representantes do classicismo alemão.

Romantismo

Nas primeiras décadas do Século XIX, inicia-se o movimento romântico, representado na literatura de Jean Paul e na dramaturgia de Kleist. Os maiores representantes do romantismo alemão são: Hoffman, Heine, Lenau, Uhland, Eichendorf, Morike, Novalis, Arnim,Tieck e os irmãos Schlegel. Na Áustria surgia o teatro cômico e trágico nas obras de Nestroy e Grillparzer, respectivamente. Hebbel, Buchner e Grabbe criavam o teatro realista na Alemanha. (Leia mais sobre o Romantismo na Alemanha

Realismo Regionalista

Tem seus maiores representantes nas obras de Storm, Reuter, Keller, Gotthelf, Stifter e Raabe.

Romance Histórico

Alexis, Sheffel e Freytag são os maiores produtores deste movimento.

Drama Musical

Wagner abre novos caminhos com a criação do Drama Musical.

Naturalismo

Hauptmann, Halbe, Schitzler e Sudermann.

Impressionismo, Sensualismo e Simbolismo

Liencron, Dhemel e Hofmannsthal procuram distanciar-se do movimento Naturalista.

Prosa Moderna

Thomas Mann, Hesse, Stefan, Zweig, Wassermann, Huch, Franz Werfel.

Expressionismo Alemão

Doblin, Kafka, Klabund, Werfel, Heym, Toller, Kaiser, Unrush e Brecht.

Literatura Árabe

A poesia pré-islâmica constituiu-se inicialmente através da tradição oral. O Alcorão, as escrituras sagradas do islamismo, contém os discursos de Maomé, tendo sido este livro compilado apenas após a morte do profeta islâmico. É a primeira obra em prosa na língua árabe e é uma das obras capitais para o estudo teológico, ao lado de outras escrituras sagradas vinculadas ao monoteísmo, como as escrituras sagradas judaicas e cristãs, todas elas de origem semítica.

Literatura Aramaica

Há algumas ocorrências da língua aramaica nos escritos do Velho Testamento. Dessa literatura ainda consta os papiros de Elefantine, a tradução livre do Pentateuco e dos profetas, o comentário de Misná no Talmud. Os textos religiosos dos mandeus também foram escritos num dialeto aramaico.

Literatura Assírio-Babilônica

Os documentos vinculados a esta tradição literária são os escritos semíticos mais antigos, de origem mesopotâmica, região onde se falava o acádio. Os sumérios entraram na Babilônia antes do ano 4.000 a.C. e, nesta região, desenvolveram a escrita cuneiforme, que os semitas da Babilônia adotaram. No acádio, o gênero épico deu origem à literatura assírio-babilônica. Devem ser mencionados os contos de Istar e o mundo subterrâneo, Ádapa e a perda da imortalidade, além do conto de Zu. Esta literatura ainda incluiu também textos ritualísticos, orações e hinos.

Literatura Brasileira

O estudo da literatura brasileira e sua origem parte de duas orientações: uma delas vale-se das características históricas da origem da literatura brasileira, em que são observadas as grandes similaridades entre a produção literária portuguesa e a brasileira. Tais similaridades são apontadas como índices do fato que, num primeiro instante, não havia na realidade uma literatura de caráter exclusivamente brasileiro: a literatura no Brasil ainda se encontrava bastante vinculada ao seu pólo cultural de origem, apresentando similares características estéticas, formais e temáticas da literatura produzida por Portugal.

Outro método para o estudo da literatura é o estudo diacrônico, que analisa os diversos períodos literários, buscando estabelecer uma visão de suas características estilísticas peculiares. Assim, num estabelecimento de uma convenção cronológica das mudanças do estilo literário, a história da literatura é dividida em fases, que apresentam características que refletem o próprio pensamento do homem sobre si mesmo.

Tais fases, em ordem cronológica, são o Barroco (origens da literatura brasileira, ainda caracterizadas fortemente pela influência européia), o Arcadismo, o Romantismo (fase de destaque, em que a literatura brasileira passa a adquirir cor local própria), o Realismo e o Naturalismo, o Parnasianismo, o Simbolismo, o Pré-modernismo e o Modernismo.

Origens da Literatura Brasileira

Os primeiros escritos brasileiros, na verdade, constituem-se de documentos informativos. A própria carta de Pero Vaz de Caminha faz parte destes primeiros escritos, em que são relatadas as características do país tal e qual foi encontrado pelos primeiros colonizadores. A carta mostra o olhar do colonizador sobre a nova terra, prenhe de promessas, assim como contém observações valiosas sobre os índios, informações estas que nos trazem uma idéia de como o português encarava os costumes dos nativos. (leia sobre Literatura de informação no Brasil)

Tal documento insere-se no gênero da literatura de viagens, gênero muito comum no século XVI, em que a expansão marítima punha o europeu em contato com os povos de além-mar. Outros documentos de grande importância são os escritos dos jesuítas, entre eles, o Diálogo sobre a Conversão do Gentio (1549), de Pe. Manoel da Nóbrega, e o Tratado da Terra e da Gente do Brasil, de Fernão Cardim (publicado apenas em 1925).

Pero de Magalhães Gândavo escreveu a História da Província de Santa Cruz (Lisboa 1576 ) e o Tratado da Terra do Brasil (Lisboa 1826). Mas os mais importantes escritos devem-se ao Pe. José de Anchieta; as Cartas, Informações, Fragmentos Históricos e Sermões, além dos primeiros textos propriamente literários, como os seus autos e seus poemas, estes últimos apresentando-se como estruturas literárias autônomas.

Os autos de Anchieta, destinados à catequização dos indígenas através de sua representação cênica, possuíam, ao lado de estruturas literárias fundamentalmente européias, um conteúdo religioso adaptado aos padrões culturais do índio. Tal adaptação foi fundamentada no didatismo, através da transposição dos valores religiosos cristãos para os valores culturais do indígena.

Portanto, já se apresenta nestes textos alguma cor local do país, pois constituem os primeiros textos de configuração literária escritos para brasileiros. Ainda neste fase inicial Bento Teixeira escreveu no Recife um poema épico, de noventa e quatro oitavas inspiradas em Camões (1524 ou 1525-1580): a Prosopopéia (Lisboa 1601), narrando a conquista de Pernambuco.

O Historiador Frei Vicente do Salvador, primeiro prosador nascido no Brasil, compilou a História da Custódia do Brasil (Rio 1889). Na Literatura deste período predominou, portanto, o contexto histórico e informativo sobre o homem e a natureza do Brasil primitivo.

Literatura Chinesa

A literatura chinesa faz parte de uma das tradições mais antigas da história da literatura mundial. Provavelmente, de acordo com os características peculiares do idioma chinês, a literatura chinesa não sofreu influências das literaturas estrangeiras. Os documentos mais importantes que marcam a literatura chinesa são: o Livro Canônico dos Documentos (Chu-King), provavelmente tendo sua primeira publicação em 2.400 a.C; Primavera e Outono (Tchuntsin), livro cuja autoria é atribuída a Confúcio (ou Kung-Zi); Memórias Históricas (Chi-Ki), constituindo esta obra um dos mais vastos escritos históricos da China; e o Livro dos Versos (Chi-King).

Os principais escritores chineses foram Lao-Tsé, Confúcio, Mug-Tsé, Tu-Fu, Pohku-i, Se-kong-tu e Li-tai-pe.

Literatura Egípcia

A rica tradição literária egípcia foi marcada em seu desenvolvimento por um conteúdo mitológico e religioso eminente. Uma boa parte dos registros manuscritos documentais da literatura egípcia foi perdida. Os textos apresentavam-se impressos em papiros, mas os registros mais antigos da história da literatura egípcia encontram-se nas inscrições tumulares em homenagem aos membros da nobreza do Egito.

A poesia popular, por sua vez, possuía formas ainda precárias e a literatura egípcia de origem popular, de um modo geral, era constituída de textos narrativos míticos, de lendas e contos. Também há a presença de hinos de louvor aos deuses e aos faraós. Um dos documentos mais importantes é o Livro dos Mortos, de autoria atribuída a Thoth, cujo conteúdo consiste em textos relativos aos conceitos da morte e do além.

Literatura Escandinava

A chamada literatura escandinava abrange as produções literárias de três nações distintas: Dinamarca, Suécia e Noruega. Do idioma escandinavo originaram-se duas formas dialetais, ainda antes do século IX: o sueco-dinamarquês e o noruego-islandês. Neste último dialeto produziu-se uma literatura constituída de poemas épicos e sagas.

No século XIV, houve a unificação da Noruega com a Dinamarca em um só reinado e o dialeto noruego-islandês passou a ter representação literária apenas na Islândia. O dialeto sueco-norueguês teve como produção literária apenas inscrições rúnicas até o século XIII. A literatura dinamarquesa originou-se com canções populares (séculos XII e XIII).

No desenvolvimento histórico dessa literatura, surgiram nomes como Kristiern Pedersen, responsável pela primeira tradução da Bíblia católica para o dinamarquês, além de Ludwig Holberg, considerado um patrono da literatura dinamarquesa, e o poeta Johannes Ewald. O mais popular de todos os escritores dinamarqueses foi, sem dúvida, Hans Christian Andersen.

A literatura sueca, no período medieval, constituiu-se inicialmente de canções populares e romances. Alguns dos grandes nomes da história da literatura sueca foram Emannuel Swedenborg, Carl Michael Bellman e, sobretudo, Johan August Strindberg.

A literatura norueguesa foi originada apenas a partir da divisão dos reinados da Noruega e da Dinamarca. Somente a partir do século XIX é que a Noruega entra no círculo dos grandes acontecimentos literários da Europa. Os grandes nomes do drama norueguês foram Björnstjerne Björnson e Henrik Ibsen.

Literatura Espanhola

Os primeiros documentos que indicam as origens de uma literatura espanhola são as jarchas, canções bilíngües, compostas por árabes e judeus localizados ao sul da Espanha, por volta do século IX. Estes documentos antecedem em (por volta de) um século as canções de gesta, canções heróicas, das quais a produção de maior relevo literário é o Poema del Cid (século XII). O texto dramático, que é provavelmente o mais antigo, trata-se do Auto de los Reyes Magos.

Já a poesia lírica foi originada na língua galego-portuguesa, com as cantigas de amor, cantigas de amigo e cantigas de escárnio. No século XIV, Juan Ruiz é o nome mais proeminente na poesia espanhola, tendo sido autor do livro Libro del Buen Amor. Já nos textos de caráter narrativo o autor de maior nome foi Don Juan Manuel, autor de El Conde Lucanor.

No século XV destacaram-se Enrique de Villena, Juan de Mena, o marquês de Santillana e Jorge Manrique. O período medieval da literatura espanhola foi encerrado com a obra de Fernando de Rojas, La Celestina, de 1499. Já no Renascimento, tiveram destaque na poesia Fernando Herrera e Frei Luis de León.

No drama, entraram em relevo as obras de Juan del Encina, Gil Vicente (1470?-1536?), Lopes de Rueda, Torres Naharro e Cervantes. No século XVII, os nomes consagrados do drama espanhol foram Lope de Vega, Tirso e Molina, Juan Ruíz de Alarcón, e sobressaiu-se Calderón de la Barca ao final desse período. No romance, a temática principal baseia-se nas narrativas cavalheirescas, como é observado em Amadis de Gaula, de autoria incerta, e também como é observado em uma das mais populares obras da literatura universal, Dom Quixote, de Miguel Saavedra de Cervantes.

No período barroco, no século XVII, os representantes máximos dessa estética literária foram Luís de Gongora, Francisco de Quevedo, Baltasar Gracián e Calderón de la Barca. No século XVIII, a França passa a ser o centro das atenções na Europa e, pode-se observar, a partir daí, o declínio da produção literária espanhola.

Foi, no entanto, com o advento do romantismo que a literatura espanhola retomou seus espaços. O drama romântico espanhol teve como maiores representantes o duque de Rivas e José Zorilla. O realismo espanhol tem como marco inicial o romance de Férnan Caballero, La Gaivota. A partir desta obra começaram a surgir novos valores literários encarnados pelas figuras de Alarcón (El Sombrero de Tres Picos), Blasco Ibáñez, Juan Valera a Palacio Valdés.

Os grandes representantes deste estilo literário foram Pérez Galdós e José Pereda. Entre os naturalistas, os nomes de maior projeção foram a condessa de Pardo Bazán, Leopoldo Alas e o jesuíta Pe. Luís Coloma. No drama, surgem os gêneros da alta comédia e o gênero chico. No século XIX houve uma grande renovação literária, da qual fizeram parte Unamuno, Azorín, Pio Baroja, Antonio Machado, Ramiro de Maeztu e Benavente.

O advento do modernismo teve a prosa poética de Valle-Iclan como uma de suas melhores produções literárias. Em seguida ao modernismo, surgiram nomes como Juan Ramón Jiménez, além dos elementos envolvidos no grupo de Garcia Lorca (1898 - 1936), como Pedro Salinas, Jorge Gullén, Gerardo Diego e Rafael Alberdi.

Entre os nomes de maior destaque na produção literária espanhola desse período estão Gabriel Miró, Concha Espina, Carmen Laforet, Dámaso Alonso, Blas Otero, Camilo J. Cela, Pérez de Ayala, Gómez de la Serna e V. Alexandre.

Literatura Francesa

A tradição literária francesa teve origem nos séculos IX e X, e os textos que marcaram essa origem são a Cantilène de Saint Eulalie e o Poème sur la Passion. Surgiram depois as chansons de geste (canções de gesta), uma forma poética histórica. Foi a partir do século XII que surgem os poemas épicos, entre os quais o mais importante foi o Roman d’Alexandre, de autoria de Lambert le Tort e Alexandre de Bernay.

O trovadorismo francês deu origem às primeiras formas do poema lírico francês, tendo em Colin Musset a figura central deste período. No drama do período entre o século XII e o XIV predominou a religiosidade, com os mistères. Na poesia do século XV surge François Villon, o grande poeta de seu período.

A literatura renascentista francesa teve em Rabelais seu maior prosador, enquanto na poesia alguns nomes a ser destacados são os de Ronsard, Clément Marot, Du Bellay e, sobretudo, François de Malherbe. Já no século XVII há um insuperável elenco de nomes vinculados ao pensamento francês dessa época: la Rochefoucauld, La Fontaine, Molière, Corneille, Racine, Pascal, Descartes, Bossuet.

No drama, as figuras centrais foram Racine, Corneille e, sobretudo, Molière. No século XVIII, com o advento dos enciclopedistas, a literatura passa a ter o homem e seu meio (sociedade, ciência, cultura) como temas centrais. Surgiram nomes como Lesage e Beaumarchais, além dos pensadores Montesquieu, Diderot, Voltaire e Rosseau.

Em contrapartida, o período seguinte é marcado pela rejeição ao exacerbamento do racionalismo até então vigente. A literatura passa a tematizar mais centradamente os fatos individuais, em oposição aos fatos sociais. Este foi o período literário romântico na França do século XIX, tendo como figuras centrais os escritores Vitor Hugo, Musset, Honoré de Balzac, Stendhal, Chateubriand e Alexandre Dumas.

Seguiu-se, então, o período do realismo e do naturalismo literário francês, tendo como nomes fundamentais Emile Zola, Gustave Flaubert, os irmão Goncourt e Maupassant. Nos últimos anos do século XIX e já no século XX, os nomes a serem destacados são Barrès, Anatole France, Maeterlinck, Paul e Vitor Margueritte, Jules Lemaire, Romain Rolland, Barbusse, Valéry, Bergson, Maurois, Prévost, Pierra Loti e outros mais.

Literatura Hebraica

A obra mais importante dentro da tradição literária hebraica é o próprio Velho Testamento. Os livros proféticos, em muitos de seus trechos, possuem características formais poéticas. Uma das características formais da poesia contida nos livros proféticos é a recorrência ao paralelismo. O Velho Testamento principia com textos cosmogônicos. O hebraico moderno é a língua oficial do atual Estado de Israel e produz uma literatura própria.

Literatura Indiana

A tradição literária indiana originou-se há cerca de três mil anos atrás. O povo indiano desta época já apresentava algumas características bastante sofisticadas para sua época (organização urbanística planejada, casas servidas de água através de sistema de encanamento). A literatura indiana é iniciada através dos Vedas, os textos sagrados do chamado período védico indiano.

Os Vedas consistiam em um conjunto de textos ritualísticos que determinavam todas as características comportamentais dos indianos, contendo rituais de diversas finalidades, como rituais de crescimento, de matrimônio, etc. Tais textos ainda justificavam a própria base da organização social da Índia védica através de seus textos cosmogônicos.

Na poesia épica, cita-se o Mahabarata, que consiste numa coleção de poemas de caráter lendário e filosófico, além do Ramayana, a mais importante epopéia dos hindus, e os Puranas, uma espécie de complemento épico dos Vedas. Os Upanichades consistiam em tratados filosóficos bramânicos.

Já no período da religião budista, destacam-se os Tripitakas, livros canônicos compostos de três coleções.

Literatura Inglesa

Após o período da conquista dos normandos, a literatura inglesa caracterizou-se por textos como baladas, além de poemas sacros e prosa religiosa. Em 1200, de grande importância foi o Brut, de Layamon. A partir do século XIV, a literatura inglesa tomou mais relevo. Destacaram-se as obras de Chaucer neste período.

No século XV, a obra de destaque na literatura inglesa foi A Morte de Arthur. No período renascentista, o drama foi caracterizado por obras como mistérios e milagres, ao lado de uma das maiores produções dramáticas universais, observada no conjunto da obra de William Shakespeare. A poesia épica teve Spencer como principal autor, e na poesia lírica destacaram-se os sonetos de Shakespeare.

O drama inglês teve seu apogeu no século XVII, período em que o principal poeta é Milton. No século XVIII, com o advento da modernização da imprensa, as artes literárias ganharam um canal de expressão bastante dinâmico, o que favoreceu a divulgação e a leitura das obras por uma maior parcela da população.

Nesta época, surgiram os romancistas Richardson e Fielding. Já no século XIX, figurou-se com grande relevo o romance histórico de Walter Scott, juntamente com a prosa de Charles Dickens. Outros nomes importantes deste período foram Thackeray e George Elliot. Os principais poetas ainda nesse período foram Byron, Keats, Tennyson, Browning, Coleridge, Worsworth e Mary Shelley.

A mais imponente prosa desse período teve Ruskin e Carlyle como autores principais. Na literatura inglesa mais contemporânea, figuraram Bernard Shaw, H.G. Wells , G.H. Chesterton e Aldous Huxley.

Literatura Italiana

A língua italiana, diversamente das demais línguas neo-latinas, originou-se de uma transformação do latim, de modo mais direto, ainda que de forma bastante lenta, devido a motivos históricos como a queda do Império Romano e as invasões bárbaras. Portanto, a língua italiana, ao chegar em seu atual estágio, passou por transformações graduais em que surgiam os dialetos.

No dialeto úmbrio é que se localizaram as primeiras manifestações do teatro italiano, com a poesia religiosa de Francisco de Assis e as laudes de Jacipone da Todi, ao lado da poesia profana. No período delineado entre os séculos XII e XIII, a prosa surge lentamente na crônica, nas obras ascéticas e na novelística.

O primeiro grupo de poetas italianos (da chamada escola siciliana) originou-se a partir da fusão da poesia profana de imitação provençal com a poesia popular. Com a perda da força do provençalismo, novas formas poéticas surgem através do bolonhês Guido Guinizelli. Tal forma encontra discípulos como Guido Cavalcanti, Lapo Gianni, Gianni Alfani e Cino de Pastoia.

A poesia universal de Dante Alighieri também é originalmente inspirada nesse novo estilo. A obra de Dante produziu uma tendência à uniformidade da língua, até então fragmentada em muitos dialetos. A partir daí, com o predomínio artístico de um dialeto sobre os outros, pode-se falar de uma literatura propiamente italiana.

Na prosa narrativa surgiram, então, nomes como Giovanni Boccacio e Francesco Petrarca, este último sendo também o detentor da autoria da melhor produção lírico-poética de seu tempo e constituindo uma grande influência para as gerações posteriores de poetas. Desenvolvem-se novas expressões literárias com o italiano, como pode ser observado na prosa literária e histórica de Alberti, Leonardo da Vinci, Bembo, Della Casa, Nardi, Sannazarro, Castiglione, Cellini e outros, além do que pode ser também observado na poesia burlesca e cavalheiresca de Berni, Boiardo e Pulci.

No período renascentista a poesia atinge seu ápice com a produção poética de Ludovico Ariosto e a prosa de Nicolò Machiavelli. A Itália era o centro do catolicismo mundial e, com o Concílio de Trento, restrições passaram a ser impostas inclusive na literatura. Neste período, inconforma-se com estas restrições Torquato Tasso, cuja obra substitui os serenos padrões clássicos por uma impulsividade dramática proveniente dos sentimentos.

A partir do Concílio de Trento, a lírica toma feições barrocas, com Marino, Artale e Achillini, tendo ao lado desta tendência uma corrente de feições reminiscentes do classicismo, como se observa em Filicaia, Testi, Guidi, Chiabera e Redi. O teatro italiano é predominado pela comedia dell’arte. Já no período arcádico, a simplicidade teve preferência, mas tal simplicidade era apenas aparente, portanto falsa.

Nesse ínterim, a poesia passou a ser reduzida apenas a formas como as cançonetas e as anacreônticas. O melodrama passou a predominar no teatro. Foi a partir do século XVIII que grandes transformações ocorreram: através do estudioso Vico, a filosofia passou então a buscar a seus conceitos na vida dos povos.

O enciclopedismo francês passou a dar à história e à filosofia um conteúdo de caráter sociológico, ou crítico. A arte passou a preocupar-se com o seu engajamento nas questões do pensamento. Esse projeto de engajamento deu-se de certas formas, como na sátira social de Parini. A vida cotidiana passou a ser representada nos palcos com Goldoni.

Com o advento do mundo napoleônico houve então a produção de contrastes: de um lado, havia o classicismo decorativo; do outro lado, a iminência do romantismo, através de Pindemonte e Monti. O equilíbrio latino, no entanto, teve prosseguimento nas obras de Foscolo e Leopardi. O Romantismo encontra pouca repercussão na Itália, apenas apresentando movimentos polêmicos e satíricos, como pode ser observado em Berchet, Belli, Porta e Giusti, e ainda em movimentos políticos, como se verifica em Pellico, Mazzini, Gioberti, Balbo, Ferrari, Correnti e Cattaneo.

O Romantismo também foi o momento de manifestações patrióticas sentimentais na poesia de Mameli, Poerio, Rosseti, Fusinato, Dall'Ongaro, Merantini, Prati e Aleardi, e também no teatro de Giacometti, Niccolini e Cossa. Já na segunda metade do século XIX, três nomes são capitais na literatura italiana: Carducci, Manzoni e De Sanctis.

No nosso século, os nomes mais importantes são Pascoli, Gabrielle D'Annunzio e Luigi Pirandello. Nas vanguardas literárias do início do século temos o futurista Tomaso Marinetti. O teatro de Luigi Pirandello ingressou numa ousada tentativa de representar uma filosofia humana baseada na relatividade do verdadeiro.

Literatura Latina

Os contatos com a civilização grega impulsionaram as origens da literatura latina. Sua origem é remontada ao período que sucedeu a primeira Guerra Púnica. Neste primeiro momento havia a tradução das grandes obras gregas. Os primeiros autores de língua latina imitaram os modelos helênicos. No período republicano destacaram-se Plauto, Andrônico e Ênio.

Na poesia épica a figura central é Névio. Já na época de Augusto, foi propiciado o surgimento de um grande gênio da literatura universal, como foi Vergílio, com seu grande poema épico Eneida. Neste mesmo período surgiram as figuras de Tito Lívio e Ovídio. Durante a fase do império devem ser mencionados os nomes de Petrônio, Sêneca, Fedro e Juvenal, entre outros.

Com o declínio de Roma, seguiram-se séculos de decadência, mas com o advento da Escolástica na Idade Média, o latim foi a língua universal da filosofia e das ciências em geral.

Literatura Norte-Americana

Como em todos os países inicialmente colonizados, os Estados Unidos, na origem de sua produção literária, importava modelos estéticos vigentes na metrópole. A poesia era a forma de expressão literária predominante nas origens da tradição literária norte-americana e os poemas de Richard Rich, Newes from Virginia, foram os primeiros a tematizar a cor local dos Estados Unidos.

O primeiro autor de relevância na prosa norte-americana foi Benjamin Franklin com sua Autobiografia. Na ficção, surgiu o nome de James Fenimore Cooper, com sua obra muito popular O Último dos Moicanos. Mas a prosa norte-americana ganhou uma das figuras mais geniais da literatura mundial com Edgar Alan Poe, sendo este escritor um dos inovadores do conto.

Na poesia, o grande escritor Walt Whitman despontou como uma das figuras mais proeminentes, sendo este poeta considerado o bardo nacional dos Estados Unidos. A América ganhou um de seus grandes clássicos da literatura com o romance Moby Dick, de Herman Melville. O romance A Cabana do Pai Tomás, de Harriet Beecher Stowe, foi um dos primeiros documentos literários que divulgaram os ideais anti-escravagistas que se difundiram na opinião pública dos Estados Unidos da América.

Outra figura de grande relevância no cenário da literatura americana foi o consagrado escritor Mark Twain, um dos mais populares escritores americanos. No final do século XIX, surgiu um escritor americano de características marcadamente vinculadas à tradição literária européia: Henry James. Seguiram-se, no âmbito da chamada “ficção séria”, os escritores James Branch Cabell e Willa Cather.

O período da literatura norte-americana que se estendeu entre os anos de 1890 e 1920 foram marcados por verdadeiras revoluções temáticas e críticas. Os representantes desse período foram Theodore Dreiser e Sinclair Lewis no romance; Carl Sandburg na poesia; Sherwood Anderson no conto; e Eugene O’Neil no teatro. O romance de caráter social predominou no período da grande depressão econômica norte-americana, deflagrada pelo crash da bolsa em 1929.

No período entre as décadas de 30 e de 40, os principais representantes desta tendência literária foram Ernest Hemingway, John Steinbeck, William Faulkner e John dos Passos, entre outros. Paralelamente em relação a esta tendência ao romance social, escritores como Thornton Wilder, Willa Cather e Robert Nathan preocuparam-se com as questões estéticas formais da literatura.

A poesia moderna norte-americana teve Carl Sandburg, Conrad Aiken, Robert Frost e Vachl Lindsay como elementos capitais.

Literatura Portuguesa

Convenciona-se que o documento literário que deu origem à tradição literária portuguesa foi a Canção da Ribeirinha, de Paio Soares de Taveirós, datado de 1198 (ou 1189, pois não se tem um dado preciso a esse respeito). Este primeiro texto vinculou-se à tradição trovadoresca provençal. No século XIII, D. Diniz, filho de Afonso III, fez da corte um centro literário, onde a circulação de idéias impulsionava a atividade e a discussão literária.

No ano de 1290, foi fundada a primeira universidade de Portugal, que se tornou um pólo cultural, atraindo para este núcleo cultural alguns dos trovadores de Castela, Galiza e Leão. A poesia desse período foi constituída de canções: cantigas de amor, cantigas de escárnio e maldizer. A poesia ainda se vinculava necessariamente ao acompanhamento musical trovadoresco.

A prosa desse período consistiu em crônicas e novelas de cavalaria, e a produção poética ainda rudimentar surgiu através das Canções de Gesta. Dos romances de cavalaria contam-se os mais famosos, como o Amadis de Gaula e a lenda do Santo Graal. No século XV, a corte ainda consistia do núcleo cultural principal de Portugal.

Além da criação literária na língua da pátria, muitos poemas eram compostos em castelhano, dada a influência da Espanha. O poeta e cronista da corte até então, Garcia de Resende, foi o responsável pela reunião de poemas do período no volume do Cancioneiro, publicado em Lisboa em 1516. Bernardim Ribeiro escreveu poemas de temática pastoral e romances de acentuada influência italiana.

Neste momento, acentua-se a separação definitiva do português em relação aos dialetos espanhóis, e a figura literária mais proeminente deste período foi Sá de Miranda. O século XVI foi marcado pelo período clássico da literatura portuguesa. O épico teve como personalidade fundamental o poeta Luís Vaz de Camões (1524 ou 1525-1580), autor do maior poema épico da literatura portuguesa, Os Lusíadas, e no teatro a figura central foi Gil Vicente (1470?-1536?), cujas obras mais famosas são o Auto da Barca do Inferno e a Farsa de Inês Pereira.

Após Camões (1524 ou 1525-1580), Corte Real prossegue com o gênero épico, com a narrativa do naufrágio de Sepúlveda. Criou-se a controvérsia da autoria de Amadis de Gaula, cuja origem pátria (espanhola ou portuguesa) ainda permanece sob dúvidas. No século XVII a literatura portuguesa passa por uma fase de decadência, quando houve a larga imitação dos modelos da poesia espanhola, sob a égide do gongorismo.

Muitos autores portugueses passaram a escrever em castelhano. As personalidades literárias mais importantes desse período foram Antônio Vieira e Manuel Bernardes. No século XVIII, a literatura portuguesa sofre grande influência da tradição francesa, tornando-se uma mera imitação dos modelos franceses.

A afetação do período anterior foi agravada na primeira metade do século. Surgiram muitas correntes acadêmicas literárias, entre elas a Academia Rela da História Portuguesa, a Arcádia Lusitana, a Academia Real das Ciências de Lisboa e a Nova Arcádia. A poesia teve Correia Garção, Cruz e Silva, Agostinho de Macedo, Manuel de Figueiredo, Nicolau Tolentino, Manuel do Nascimento e, sobretudo, o grande poeta improvisador e satirista Bocage.

O século XIX na Europa é marcado pela deflagração do movimento romântico, que se insurgia contra a afetação estilística dos períodos literários anteriores. Portugal teve em Castilho, Almeida Garrett e Alexandre Herculano seus mais nobres românticos. Mas com as Conferências do Cassino Lisboense e a Questão Coimbrã, passou-se a discutir o papel da literatura enquanto arte engajada e defendeu-se a tese da literatura enquanto projeto de reforma social.

Neste período, chamado realismo, entre os mais importantes escritores estão Eça de Queiroz (1845-1900), João de Deus, Antero de Quental, Guerra Junqueiro e Antônio Nobre (1867-1900). Com o advento dos movimentos vanguardistas europeus, a literatura portuguesa vai acompanhando as transformações e revoluções estéticas.

No período do modernismo surgiu um dos maiores poetas de Portugal, Fernando Pessoa, representante do que há de melhor na poesia moderna portuguesa.

Literatura Provençal

Os textos que compõem a literatura provençal foram basicamente originados de autoria trovadoresca. Existiam as canções de amor, chamadas chansó, a poesia de caráter mais político, denominada sirvente, assim como havia os poemas resultados de verdadeiros desafios entre os cantores trovadorescos (poemas chamados tensó).

O início da literatura provençal data do século XII, com os poemas de Guilherme IX. A influência dos trovadores fez-se predominar durante a Idade Média, quando a poesia dos trovadores era quase sempre dirigida às mulheres dos senhores feudais. Isso gerava um certo convencionalismo, o que marcou o decorrer da existência da poesia trovadoresca.

Literatura Russa

Inicialmente, a literatura que deu origem à tradição literária russa, escrita em eslavo eclesiástico, consta de sermões, narrativas e crônicas, assim como textos sobre a vida dos santos. Mais tarde, surgiram as obras políticas e históricas e edificaram-se os vários gêneros. Pedro, o Grande foi o responsável pela introdução do alfabeto moderno e, a partir daí, originou-se de fato a literatura russa.

No século XVIII, floresceu o drama russo e o nome mais proeminente a ser citado é Knyajnin.

No século XIX, devem ser citadas as fábulas de Krilov, assim como a poesia de Glinka e Ryleyev. Dentre outros nomes de suma importância destacam-se Bestujev, Lermontov e, sobretudo, Puchkin, Gogol, Tolstoi, Tchekhov e Maximo Gorki. Os poetas modernos mais proeminentes são: Biednyi, Esenin, Boris Pasternak e Maiakovski. Os romancistas modernos de maior renome são: Simonov, Gladkov, Ilyin, Ostrovski e Tolstoi, entre outros.

Literatura Ugarítica

Os escritos ugaríticos foram registados em tábuas de barro, sendo esta literatura a segunda mais antiga das literaturas semíticas. Um elemento formal recorrente na poesia ugarítica é o paralelismo. Os documentos ugaríticos são de importância fundamental para os estudos acerca do Velho Testamento.