Johan August Strindberg (1849 - 1912)
Escritor sueco, nascido na cidade de Estocolmo. O conjunto de sua obra inclui elementos de diversos gêneros, como suas autobiografias, novelas, poemas em prosa e até mesmo obras de finalidade científica. É no campo da dramaturgia, porém, que o escritor produziu o melhor de sua obra, tendo, neste gênero, incorporado várias tendências estéticas, então pouco exploradas, do expressionismo ao teatro do absurdo. Foi, também, partidário do gênero da dramaturgia psicanalítica.
A vida de Strindberg foi sempre conturbada por uma série de eventos, desde sua inconstante experiência acadêmica na Universidade de Upssala, passando por suas tentativas frustradas como ator teatral, seus três casamentos, todos malogrados, e a enfermidade mental que o acometeu no período em que residiu na cidade de Paris da qual herdou algumas sequelas. A obra de Strindberg, portanto, voltada proeminentemente para a tragédia, é por vezes dificilmente compreendida por estar intimamente relacionada à sua vida e, sem o conhecimento desta, difícil é a interpretação de sua obra.
Em suas primeiras obras literárias já pode ser notada a revolta do escritor com relação aos padrões estéticos então institucionalizados na Suécia. Já produzia suas peças teatrais desde o início de sua carreira, porém o dramaturgo apenas passou a ser reconhecido anos mais tarde, no período da publicação de O Quarto Vermelho, romance da sua primeira fase, caracterizada por seu naturalismo então inaugural na Suécia. Outras obras desta primeira fase são O Pai (1887), em que aborda com pessimismo as relações matrimoniais, e Senhorita Júlia (1889).
A segunda fase do dramaturgo é justamente marcada por sua enfermidade mental, conforme pode ser observado no relato autobiográfico Inferno, de 1897. No entanto, a maior obra na dramaturgia em Strindberg, também de fundo autobiográfico, seria Rumo a Damasco, de 1898, uma trilogia em que integra o expressionismo de maneira acabada e que aborda aspectos de sua própria vida, como por exemplo a crise em seu segundo casamento, alargando os parâmetros da representação teatral.
O conjunto de sua obra teve grande influência sobre importantes personalidades da dramaturgia universal, como Ibsen e Checkov.
Obras:
O Quarto Vermelho (obra da primeira fase do autor, da mesma época que "O Pai")
O Pai (1887) (obra da primeira fase do autor)
Senhorita Júlia (1889) (obra da primeira fase do autor)
Inferno (1897)(autobiográfico) (segunda fase do autor)
Rumo a Damasco (1898)(autobiográfico) (segunda fase do autor)