Jean-Paul Sartre (* 1905 † 1980)
Jean-Paul Charles Aymard Sartre
Filósofo francês, considerado um dos principais representantes do existencialismo neste país. Nasceu em Paris. Em 1924, com dezenove anos de idade, iniciou seus estudos superiores na Escola Normal Superior, em Paris, onde conheceu Simone de Beauvoir, a mulher com que viveria até o fim de sua vida. Em 1933, Sartre foi estudar em Berlim, onde teve contato com a fenomenologia de Edmund Husserl (1859-1938), as teorias existencialistas de Kierkgaard e Karl Jasper, bem como o pensamento de Heidegger e Max Scheller. Influenciado por estes pensadores alemães, Sartre iniciou a tentativa de compor a filosofia existencialista francesa, cuja singular originalidade consiste em fazer do existencialismo não apenas uma forma de meditação filosófica, mas também um modo de expressão literária. Lecionou nos Liceus de Le Havre, Laon e Neuilly-sur-Seine. Em 1940, durante a Segunda Guerra, foi recrutado pelo Exército francês. Foi preso pelos alemães em 1940, permanecendo um ano no campo de concentração de Trier, Alemanha. De volta a Paris, fundou o grupo Socialismo e Liberdade, com o intuito de colaborar com a Resistência francesa. Com o fim da guerra, dissolveu o movimento e fundou a revista Os tempos modernos, juntamente com Merleau-Ponty e outros intelectuais. Em 1964, recusou o Prêmio Nobel de literatura. Participou ativamente do movimento estudantil de 1968, ocorrido na França e em várias outras partes do mundo, aderindo à luta dos estudantes. Em 1973, participou da fundação do jornal Libertácion. Algumas de suas principais obras filosóficas: A imaginação; Esboço de uma teoria das emoções; O imaginário; O ser e o nada; O existencialismo é um humanismo ; Crítica da razão dialética ; Furacão sobre o açúcar. Além desses escritos, Sartre tornou-se mundialmente famoso por sua produção literária, que consta de peças de teatro e romances.
O pensamento fundamental da filosofia existencial de Sartre está contido em sua frase: “A existência precede a essência”. Esta frase afirma que o ser não é uma substância, tal como sempre foi compreendido pelo pensamento essencialista, seja o do realismo ou o do idealismo ; antes, o ser é o aparecer existencial da realidade. Esta, segundo Sartre, se estrutura na intencionalidade da consciência como a transcendência do em-si no para-si. Para ele, o ser, o aparecer da realidade, se compõe de dois elementos: o em-si (En-soi) e o para-si (Pour-soi). O ser-em-si constitui a pura afirmação, ausente de qualquer relação com a alteridade, do que está fechado em si mesmo: uma massa informe e indiferenciada, absolutamente não transparente: “O ser-em-si é opaco para si mesmo”. Em contrapartida, o ser-para-si é o que está sempre aberto em uma relação com a alteridade, o que se constitui permanentemente na transcendência de si mesmo, “como sendo aquilo que não é e não sendo aquilo que é”: o ser-para-si é o nada. Não podemos compreender este nada sartriano como a ausência de entes, mas como a pura possibilidade de que eles venham a ser; ele é a estrutura da própria consciência que, como tal, é a possibilidade de significação humana. Inspirado, de um lado, em Descartes (1596-1650), que afirma só haver realidade para a consciência, e, por outro, pela teoria da intencionalidade de Husserl (1859-1938), que completa a teoria cartesiana afirmando que só há consciência possível de um certo objeto e, por isso, “Toda a consciência é consciência de alguma coisa”, Sartre vai pensar o ser-para-si como o movimento de transcendência da intencionalidade da consciência, que torna todo ser-em-si num ser-para-si através da significação.
Foi contemporâneo e amigo de Albert Camus.
Leia sobre Filosofia
Ver Principais Escritores vários países no século XX
Ver outros Filósofos no progresso da Filosofia
Prêmio Nobel de Literatura
Prêmio Nobel de Literatura (wiki)
Jean-Paul Sartre (França)
Obra:
A Náusea
Os Caminhos da Liberdade
As Mãos do Diabo
O Ser e o Nada