Eugen Berthold Friedrich Brecht, dramaturgo alemão, também poeta, romancista, nascido em Augsburg. Sua produção vanguardista revolucionou toda a produção teatral moderna do ocidente, sendo considerada uma das mais importantes deste século.

Inicialmente cursou medicina na Universidade de Munique, tendo prestado serviços no hospital da mesma cidade. Sua carreira como dramaturgo não tardaria a ser iniciada a partir da composição de sua primeira peça teatral, “Baal”, do ano de 1918. No entanto, é sobretudo a partir de sua segunda obra, Tambores na Noite, de 1922, que passa a obter prestígio, inclusive sendo concedido, ao autor, o importante Prêmio Kleist, dedicado a premiação de obras literárias de maior relevo na Alemanha deste período.

Dois anos mais tarde, Brecht passou a dedicar-se ao estudo do Marxismo, doutrina que teve bastante influência em sua obra, notoriamente crítica em relação ao capitalismo. Suas atividades de então entrariam em conflito com o estabelecimento do regime nazista na Alemanha.

Assim, em 1933, Brecht parte para a Dinamarca e, vários anos mais tarde, estabelece-se nos Estados Unidos, onde produziu muitas de suas peças, mesmo durante o período inicial da Guerra Fria, em que Brecht era visado como Marxista. Brecht chegou a ser interrogado pelo Comitê de Atividades Anti-americanas a respeito de suas tendências ideológicas, voltando à Alemanha em 1948 e passando a residir na Alemanha Oriental em 1949.

Brecht permaneceria em Berlim Oriental até sua morte, em 1956. Sua mais famosa obra é Mãe Coragem, de 1941, em que tece uma feroz crítica ao sistema capitalista ao desmascarar a relação de interdependência entre capitalismo e guerra.

A obra de Brecht rompeu com a tradição estabelecida desde Aristóteles, que pregava o estabelecimento da empatia entre público espectador e encenação, processo este denominado catarse. Pelo contrário, logo em suas primeiras obras, Brecht procurou estabelecer o máximo distanciamento entre encenação e público: o extremo realismo de suas peças não se orientava para uma identificação do público espectador com as personagens e fatos.

De outra forma, as peças de Brecht caraterizaram-se por sempre procurarem manter seus espectadores cientes de que eram representações teatrais, evitando assim a sensação de que os acontecimentos ocorridos em palco estivessem acontecendo de fato. Assim, Brecht procurava manter o espectador afastado das emoções que poderiam ser suscitadas através da encenação ao procurar manter um estado constante de consciência da realidade.

Outra característica do teatro brechtiano que vai de encontro à característica levantada anteriormente refere-se à atuação: os atores deveriam manter a plena consciência de que estavam atuando e não “vivendo” de fato os papéis de suas personagens. O realismo de Brecht portanto endereça-se não para a atuação em si, mas sim para a própria realidade representada e ainda o conteúdo intelectual crítico da representação sempre voltado à análise dos processos históricos, sociais e psíquicos.

As bases teóricas estabelecidas no teatro brechtiano tratou-se de um grande legado para a dramaturgia moderna.