Karl Marx (1818-1883)
sociólogo, historiador e analista político alemão, considerado um dos Filósofo maiores pensadores de todos os tempos. Nasceu em Trier. Estudou direito na universidade de Bonn e na Universidade de Berlim. Nesta última, travou contato com a filosofia de Hegel (1770-1831), e obteve o grau de doutor em 1841.
Em 1831, mudou-se para Colonia, a fim de colaborar em um jornal revolucionário. Mudando-se para Paris, conheceu Engels (1820-1895) em 1844; entre os dois nasceria uma profunda amizade, aliada a estreita colaboração intelectual. A pedido do governo prussiano, devido à participação de Marx em um jornal contrário ao regime monárquico deste país, Marx foi obrigado a deixar a França.
Em 1845, passou a residir em Bruxelas. Dois anos depois, fundou, juntamente com Engels (1820-1895), a Liga comunista. Em 1849, mudou-se para Londres, onde permaneceu até o fim de sua vida. Manteve intensa atividade política, apoiando as lutas de classes e várias organizações revolucionárias.
Viveu em extrema pobreza, muitas vezes amparado pela ajuda financeira de Engels (1820-1895).
Algumas de suas principais obras: Diferença entre as filosofias da Natureza de Demócrito (460?-370? a.C.) e Epicuro (341-271 a.C.); Miséria da filosofia; Crítica da filosofia hegeliana do Direito (Leia sobre Hegel (1770-1831)); Crítica da economia política; O capital; Teses sobre Feuerbach (1804-1872); Manuscritos econômico-filosóficos.
Além destas obras, Marx e Engels (1820-1895) elaboraram, em conjunto, vários escritos importantes: A ideologia alemã; A sagrada família ou crítica da crítica crítica; Anti-Duhring; Manifesto do partido comunista.
O pensamento de Marx possui enorme abrangência, tanto no aspecto econômico, social, político, histórico, quanto no âmbito propriamente filosófico. Dada a impossibilidade de apresentar um número significativo de suas teses, trataremos aqui das noções de trabalho, alienação, capital e comunismo, fundamentais para a compreensão da essência do homem, segundo a filosofia marxista.
Para Marx, o trabalho constitui o modo de ser mais próprio do homem. Este é compreendido, pela economia política, professada, antes de Marx, por Adam Smith, como a incorporação subjetiva da propriedade privada, fundamento das relações econômicas. Segundo Marx, o trabalho não é uma noção contingente, mas sim abstrata: ele abrange todo e qualquer trabalho possível realizado pelo homem.
Marx realiza a crítica do pensamento orientador da economia política, uma vez que este, ao reconhecer no homem a essência mesma da propriedade privada, é posto sob sua determinação. Esta subordinação constitui, para Marx, a essência da alienação humana.
Na propriedade privada, subsiste uma contradição fundamental: de um lado, o trabalho, como subjetivação e exclusão da propriedade -- trabalha-se, basicamente, porque não se possui, porque se está fora da propriedade; por outro, o capital, compreendido como a propriedade objetiva, que exclui, em sua essência, o trabalho.
O capital é o responsável máximo pela alienação, uma vez que subjuga o trabalho e, assim, o homem, unicamente ao sentido do ter. Ele instaura como supremo valor a quantidade, expressa em quantidade de capital. Este valor substitui a qualidade, que promove a diferença intrínseca ao modo de ser da individualidade humana.
Deste modo, pelo capital, o homem deixa de cultivar-se enquanto capacidade de produção de diferença, lançando-se na necessidade única de posse de capital. Neste processo, o homem é, ele próprio, convertido em objeto, vendendo sua força de trabalho a fim apropriar-se do único valor disponível, o capital sob a forma do dinheiro.
Para Marx, somente o comunismo realiza a efetiva superação da contradição alienante promovida pela propriedade privada. Esta superação se dá através de um salto qualitativo. É preciso que a contradição trabalho-capital, promovedor de um modo quantitativo de ser da realidade, seja levada à suas últimas conseqüências, até sua saturação.
O transbordamento da tensão gerada pela luta de classes leva à instauração de uma nova relação social, expressa pelo comunismo.Ele constitui a afirmação do homem enquanto ser social, que toma posse de suas potencialidades através não apenas do contato com outros homens, mas igualmente pelo diálogo com a natureza.
A sociedade representa, para este pensador, a plena unidade do homem com a natureza, uma vez que os entes contrapostos ao homem passam a figurar, uma vez superada a alienação, como uma objetivação do próprio homem, de modo a confirmar e efetivar sua individualidade.
Deste modo, o comunismo pode ser definido, a um só tempo, como o naturalismo acabado do homem e o humanismo acabado da natureza, na afirmação de uma coletividade de indivíduos.
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