http://urs.bira.nom.br

Espiritismo Literatura e Leitura 23/12/2004 (00069)
Imprimir esta página Anterior Índice Próxima

Reunião de Assistência Espiritual

Essa reunião é pública e destina-se à explanação evangélica à luz da Doutrina Espírita, aplicação de passes e atendimento fraterno através do diálogo.

A reunião se divide em três partes:

1ª) Explanação do Evangelho, visando à reforma moral de seus freqüentadores;

2ª) aplicação de passes e fluidificação de água, objetivando a mobilização de recursos terapêuticos do plano espiritual às pessoas carentes deste auxílio; e

3ª) atendimento fraterno através do diálogo, objetivando atender às pessoas que procuram o Centro Espírita em busca de orientação e amparo.

1 – Explanação do Evangelho à Luz da Doutrina Espírita

O desenvolvimento desse trabalho poderá ser realizado da seguinte forma:

1.1 – Composição da Mesa Diretora da Reunião

a) Dirigente da reunião;

b) expositor escalado com antecedência para a exposição de texto evangélico.

1.2 – Preparação do Ambiente Espiritual.

(Tempo aproximado: 2 minutos)

Recomenda-se a leitura de página doutrinária espírita.

1.3 – Prece Inicial

(Tempo aproximado: 2 minutos)

A prece inicial obedecerá à concisão e à simplicidade e será proferida pelo dirigente da reunião ou por quem este indicar.

1.4 – Explanação do Evangelho

(Tempo aproximado: 20 a 25 minutos)

Consiste na leitura e comentário, pelo expositor, de trecho previamente programado de “O Evangelho segundo o Espiritismo”.

1.5 – Prece Final

(Tempo aproximado: 2 minutos)

A prece final obedecerá à concisão e à simplicidade e será proferida pelo dirigente da reunião ou por quem este indicar.

2 - Aplicação de Passes

Após a explanação do Evangelho à luz da Doutrina Espírita e atendendo à recomendação de Jesus “se impuserem as mãos sobre os enfermos eles ficarão curados”, o passe será aplicado às pessoas que o desejarem, de acordo com o seguinte esquema:

2.1 – O dirigente da reunião permitirá a saída do recinto, em silêncio, dos que não sentirem necessidade de receber os passes;

2.2 – para o início da atividade do passe, o dirigente, juntamente com os médiuns passistas, fará uma rogativa ao Plano Espiritual, oportunidade em que rogará, também, a fluidificação da água destinada aos necessitados;

2.3 – a seguir, o passe será aplicado, individualmente, de preferência em recinto próprio para essa tarefa;

2.4 – o passe deverá ser transmitido com simplicidade, evitando-se a gesticulação exagerada, a respiração ofegante, o bocejo continuado e o toque direto no paciente;

2.5 – prece final, proferida pelo dirigente ou por um dos médiuns da equipe, em agradecimento aos benefícios recebidos.

3 - Atendimento Fraterno Através do Diálogo

A Casa Espírita é freqüentemente procurada por pessoas desejosas de obter ajuda para a solução dos problemas com que se debatem.

Buscam o Templo Espírita, muitas delas, após esgotados os outros recursos e, por isto, precisam encontrar alguém para expor suas aflições. Suas dificuldades precisam ser ouvidas com atenção, a fim de se fundamentar uma adequada orientação.

Para esse tipo de atendimento, é aconselhável constituir equipes de trabalhadores, cujo número de componentes poderá variar para mais ou para menos, em função do número de pessoas que buscarem o Centro Espírita.

Os componentes das equipes deverão receber treinamento prévio, visando a:

a) Familiarização com as atividades a serem desempenhadas;

b) uniformidade de atendimento;

c) conhecimento das normas do Centro Espírita;

d) desenvolvimento do trabalho de acordo com a orientação da Doutrina Espírita e as normas do Centro Espírita;

e) aprimoramento e conhecimento do mecanismo do passe;

f) conscientização da importância do trabalho a ser realizado;

g) conscientização da necessidade de preparação da equipe, através da prece e leitura de um texto evangélico, antes do início dos trabalhos do dia.

O Atendimento fraterno através do diálogo consiste em:

a) Receber fraternalmente a pessoa que busca o Centro Espírita e proporcionar-lhe oportunidade de expor livremente, em caráter privativo, suas dificuldades;

b) dar-lhe, após isso, as orientações e transmitir-lhe os estímulos de que esteja precisando, podendo até, conforme o caso, oferecer-lhe ligeiras noções doutrinárias, para a compreensão de seus problemas;

c) encaminhá-las às atividades do Centro Espírita mais adequadas às suas necessidades.

Este atendimento deve ser realizado antes da Explanação do Evangelho à Luz da Doutrina Espírita. Se necessário, e havendo condições, poderá ser realizado também durante o trabalho de passe, em recinto separado.

Convém destacar que o atendimento fraterno não deve ser obrigatório a todas as pessoas que pretendam ouvir a explicação do Evangelho e receber o passe. Este atendimento só será dado às pessoas que assim o desejarem.

4 - Recomendações

4.1 - Quanto à Explanação do Evangelho à Luz da Doutrina Espírita:

a) Indispensável se faz a lembrança ao dirigente de que deverá ser portador de razoável conhecimento doutrinário e de conduta moral-evangélica segura, para que possa inspirar confiança e respeito aos freqüentadores;

b) cordial e atencioso no trato com os assistentes e colaboradores do trabalho, o dirigente deve buscar na humildade e no altruísmo as virtudes que o auxiliem a vencer a vaidade e o personalismo, lembrando-se de que sua tarefa é de igual importância à dos demais trabalhadores do Centro;

c) ao dirigente cabe:

c.1 - pedir silêncio e recolhimento a todos os assistentes antes do início da reunião e após ela, para a realização da segunda parte dos trabalhos;

c.2 - observar a pontualidade para o início da sessão;

c.3 - cuidar para que o expositor escalado receba o programa mensal, trimestral ou anual, elaborado pela direção do Centro, ou o tema a ser exposto, com a necessária antecedência;

c.4 - “interditar, sempre que necessário, a presença de enfermos portadores de moléstias contagiosas nas sessões de assistência em grupo, situando-os em regime de separação para o socorro previsto” (CE).

d) os expositores serão regularmente escalados, lembrando-se de que os predicados de seleção devem ser o necessário conhecimento doutrinário e a capacidade de comunicação, sem exigência, no entanto, do dom da oratória;

e) vale a lembrança da leitura prévia do trecho escolhido para o encontro e sua conseqüente meditação, assim como possíveis anotações que auxiliem o expositor em sua explanação.

4.2 - Quanto aos passes:

a) Deve-se evitar a manifestação de Espíritos durante o passe;

b) os médiuns passistas não deverão atender a pedidos de orientação ou consultas formuladas pelos enfermos, na hora prevista para a aplicação dos passes;

c) o dirigente deve:

c.1 - pedir silêncio e recolhimento a todos os assistentes antes do início da reunião e durante a aplicação dos passes;

c.2 - receber os recipientes com água para ser fluidificada antes do início da reunião e colocá-los em lugar apropriado;

c.3 - admitir na equipe de médiuns passistas apenas os que já tiverem algum conhecimento doutrinário e estiverem espiritualmente preparados para a tarefa;

c.4 - incentivar os médiuns passistas a participarem das reuniões de estudo promovidas pelo Centro Espírita, principalmente da Reunião de Estudo e Educação da Mediunidade;

c.5 - incentivar os médiuns passistas e demais colaboradores a participarem das Reuniões de Estudo Sistematizado da Doutrina;

c.6 - orientar os assistentes quanto à finalidade dos passes, solicitando-lhes seja mantido silêncio, recolhimento e prece, durante a reunião, e evitada a manifestação de preferência por determinado médium, na aplicação do passe.

d) quando o paciente estiver impossibilitado de se locomover de sua residência, a direção da Instituição ou do setor responsável por este trabalho tomará providências para o seu atendimento. Neste caso o médium passista deve-se fazer acompanhar por outros confrades preparados para esta tarefa;

e) como meta a ser atingida no tempo, deve o médium esforçar-se por conquistar “grande domínio sobre si mesmo, espontâneo equilíbrio de sentimentos, acendrado amor aos semelhantes, alta compreensão da vida, fé vigorosa e profunda confiança no Poder Divino”. (“Missionários da Luz” – André Luiz.)

4.3 - Quanto ao atendimento fraterno através do diálogo:

a) Com relação ao trabalhador do Centro Espírita, na tarefa do atendimento:

a.1 - Deve ele estar plenamente consciente e preparado para a tarefa;

a.2 - deve ser portador de razoável conhecimento doutrinário e de conduta moral-evangélica segura;

a.3 - não esquecer, jamais, que o aspecto principal de sua tarefa é o de ouvir e orientar, carinhosamente, as pessoas que procuram o Centro Espírita em busca de lenitivos para as suas dores e necessidades;

a.4 - a afabilidade e a brandura deverão ser os veículos de seus relacionamentos, uma vez que o entrevistado carece de calor espiritual para seu amparo e segurança;

a.5 - a simplicidade deve ser uma de suas características, visto que favorecerá o fácil entrosamento com o assistido;

a.6 - é seu dever moral-evangélico não julgar, tampouco comentar sobre as pessoas que lhe buscam a palavra amiga, principalmente em função do papel que desempenha;

a.7 - deve ser pontual, estando presente ao local de trabalho alguns minutos antes, a fim de obter, através do preparo da prece e da meditação, o necessário apoio do Plano Espiritual.

b) Com relação ao local do diálogo:

b.1 - sugere-se que o diálogo se estabeleça em local distante das demais pessoas, visto que é necessário preservar na intimidade as aflições e problemas do entrevistado, assim como evitar constrangimentos que possam bloquear a conversação;

b.2 - esse diálogo pode ser efetivado em recanto do próprio salão dos trabalhos, antes do início das reuniões, dispensando-se instalações especiais.

c) Com relação ao diálogo propriamente dito:

c.1 - ao orientador cabe, primeiramente, ouvir o assistido, buscando conduzir o diálogo para aspectos que julgar importantes, com a única finalidade de melhor orientá-lo em suas dificuldades e anseios;

c.2 - deve fundamentar suas respostas na Doutrina, quando buscar esclarecer sobre dificuldades da vida, razões e justificativas de graves problemas etc., assim como no Evangelho, quando desejar oferecer consolo, apoio e orientação, em bases fraternas e cristãs;

c.3 - sugere-se recordar que o amor, o perdão, a sinceridade e a solidariedade são bases para o equilíbrio, ao contrário da inveja, do ódio, do egoísmo e do desânimo, que são as portas do desequilíbrio;

c.4 - deve o orientador frisar que, apesar de sua melhora depender de vários fatores, o mais importante deles é o esforço próprio;

c.5 - sugerir a freqüência às Reuniões de Assistência Espiritual, nas quais o assistido poderá receber esclarecimentos maiores, além da própria assistência espiritual, e orientá-lo quanto ao programa disciplinar existente no ambiente de trabalho de que irá participar.

Aplicam-se a este Capítulo as “Recomendações Gerais” a ele referentes


Anterior Índice Próxima


Literatura e LeituraLista de EscritoresFilósofosHistória da FilosofiaHistória da Literatura ☼ Fonte: Email recebido de projeto_espirita@grupos.com.br