O movimento reformista deu-se num período em que as exigências espirituais dos fiéis já não mais encontravam respaldo na Igreja Católica.
Ao final da Idade Média, havia um clima de total inquietação religiosa entre a população européia, que se sentia culpada e certa de que seria castigada após a morte.
Contribuiu para isso as desgraças que marcavam a época (guerras, pestes) e as profecias de pregadores populares, que viam aqueles anos como prenúncio do Juízo Final.
A Igreja Católica tirava proveito desse contexto. Seus representantes entoavam sermões apocalípticos, denunciavam pecados e exigiam do povo que recebesse, com passividade, seu destino.
Havia, contudo, uma maneira de se salvar: as indulgências. Em resumo, os pontífices vendiam a salvação aos seus fiéis e, em virtude da mentalidade da época, isso gerou lucros fabulosos para a Igreja, que explorava uma população já miserável e carente, desvirtuando-se totalmente de sua mensagem original: a da fé.
Para completar, inúmeros indivíduos que exerciam atividades eclesiásticas eram completamente despreparados para a função e preocupavam-se exclusivamente com os lucros fáceis que ela, e a posição social que dela advinha, gerava.
No entanto, certos teólogos passaram a denunciar todo esse panorama e, gradualmente, a Igreja Católica caiu em descrédito. Membros da elite intelectual eclesiástica passaram a estudar novas formas de espiritualidade, baseando-se no humanismo, misticismo, filosofia clássica e outras vertentes do pensamento humano.
Porém, aquele que detonou a Reforma foi Martinho Lutero. Seu pensamento foi concebido a partir das Cartas de São Paulo e, em suma, pregava que Deus julgava os mortais por sua fé e não por seus pecados e obras.
Assim, era impossível atribuir-se valor a obras de caridade: condenava-se a prática da venda de indulgências. Lutero foi mais longe, afirmando que apenas Deus perdoava, sendo que o papa ou poder algum possuía nesse sentido.
A reação da Igreja Católica foi imediata. Toda a classe eclesiástica repudiou as convicções de Lutero e proibiu que seus fiéis a seguissem. Mas logo o luteranismo difundiu-se, com o apoio de intelectuais, humanistas, estudantes e da nobreza, que sonhava em abocanhar os bens da Igreja.
A partir daí, inúmeras religiões foram formadas, sempre tendo um pensador central como seu mentor. Ulrich Zwinglio, João Calvino (Calvinismo) e Henrique VIII (Anglicanismo), dentre muitos outros, fundaram suas próprias religiões, impulsionando a revolução protestante.
Contudo, a partir de meados de 1540, a Igreja Católica contra-atacou. Condenou o protestantismo e instituiu a Santa Inquisição, que perseguia todos aqueles que se guiassem pelas novas crenças em detrimento da ortodoxia católica.
A Inquisição deu resultado na Itália e, principalmente, na Espanha. Paralelamente a isso, os candidatos à vida eclesiástica passaram a ser cuidadosamente selecionados e submetidos a uma rigorosa educação antes de passar a exercer suas funções espirituais, criou-se ordens (como a dos capuchinhos e a Companhia de Jesus) para disseminar a religião e proibiu-se a leitura de diversos livros reformistas.
O intuito era brecar o avanço protestante e, apesar de apenas reafirmar todos os seus ortodoxos preceitos, a Contra-Reforma permitiu que a Igreja Católica continuasse sustentando-se nessa nova era.
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