Embora já existissem precursores do Realismo desde 1860, (Manuel Antônio de Almeida, com Memórias de um Sargento de Milícias, Martins Pena, Visconde de Taunay e Joaquim Manuel de Macedo (1820 - 1882)), o realismo brasileiro passou a manifestar-se mais incisivamente por volta de 1868.
Influenciada pelas idéias do realismo europeu, especialmente do francês e do alemão, a mocidade acadêmica do Recife e de São Paulo reage não só contra o romantismo decadente, como contra outros aspectos do passado cultural brasileiro.
No Recife, Tobias Barreto foi contra a filosofia espiritualista e católica, reunindo em seu redor a "Escola do Recife", com Sílvio Romero (1851-1914), Clóvis Bevilacqua, Capistrano de Abreu (1853-1927), Araripe Júnior e outros.
Em São Paulo, José Bonifácio foi contra a política do Imperador, cercando-se de elementos como Rui Barbosa, Joaquim Nabuco, Afonso Pena, Rodrigues Alves, entre outros.
No romance, o estilo realista fez-se presente nas figuras de Raul Pompéia, com o romance O Ateneu, e Machado de Assis, o grande nome da prosa no realismo literário brasileiro.
O conjunto de sua obra, em sua fase madura, apresenta reflexões acerca da mesquinhez do homem em suas ações mais cotidianas, mesquinhez esta arraigada a uma ideologia vazia da busca pela auto-glorificação.
Machado atacou por todos os lados o aristocrata burguês dos discursos portentosos e vazios, de liberalismo e cientificismo apenas aparente.
O escritor foi o responsável pela representação dos quadros da realidade brasileira de sua época, em que os valores liberais e progressistas, embasados em discursos cientificistas, caminhavam contraditoriamente ao lado dos valores escravocratas, obsoletos, mas ainda vigentes.
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