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Espiritismo Literatura e Leitura 20/01/2005 (00125)
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Um projeto chamado Família
Rita Foelker

Todas as atividades humanas (tudo o que grupos de pessoas se reúnem para fazer) têm sempre qualidades e problemas. Aspectos bons e ruins.

Não pode ser de outra maneira, pois somos criaturas com capacidades intelectuais e afetivas em níveis diferenciados de desenvolvimento. Quando aplicamos aquelas que estão bem desenvolvidas, a tendência é sermos bem sucedidos, enquanto que, ao sermos exigidos em capacidades ainda imaturas, podemos não atingir os resultados desejados. Tudo isto é muito visível, quando se trata de família.

Famílias em perfeita convivência harmoniosa não podem ser muito comuns na Terra, nestes tempos, porque mais que um empreendimento acabado, a família é um projeto, em constante aperfeiçoamento. Com pontos fortes e pontos fracos.

É tentador exaltar as qualidades de nosso relacionamento pais/filhos, marido/mulher, escamoteando os problemas como se fosse vergonhoso possuí-los ou, mais freqüentemente, por que não podemos olhá-los de frente, sem perceber que estamos, assim, menosprezando nossa força e habilidade de encontrar boas soluções para eles.

A saída que muitas pessoas encontram é a intelectualização e a frieza, porque evoluíram mais na razão que no sentimento e preferem mostrar o brilho de qualidades conquistadas, que melhorar naquelas que ainda precisam de muito trabalho e empenho. Buscam sempre uma distância segura das situações familiares mais expansivas, evitam contato físico (abraços, beijos) e assuntos mais íntimos, permanecendo na zona de conforto.

Mas nossas capacidades que precisam de exercício são exatamente as mais insipientes. Onde temos dificuldade é onde mais precisamos treinar. Se não por outra razão, apenas porque ninguém consegue se sentir inteiro enquanto não quer se aceitar por inteiro.

Como em todas as atividades humanas, quando os problemas são sanados, as qualidades aparecem muito mais. Podemos avançar muito no "projeto família" quando paramos com vãs idealizações e partimos objetivamente para o reconhecimento e resolução de problemas específicos, com coragem e determinação.

Ninguém é culpado por não ter uma família perfeita. Conquistamos com nossos méritos e nossos atos, desta e doutras existências, afetos e formas de nos relacionarmos.

Estamos aprendendo a fazer isto, não somos experts.

Estamos aprendendo a comunicar, a dialogar, a entender, a tolerar, a respeitar.


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