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Espiritismo Literatura e Leitura 28/12/2004 (00086)
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"Parceiro e parceira, nos compromissos do lar, precisam reaprender na escola do amor, reconhecendo que, acima da conjunção corpórea, fácil de se concretizar, é imperioso que a dupla se case, em espírito — sempre mais em espírito — dia por dia." —Emmanuel/ Francisco Cândido Xavier

O divórcio e a família espiritual

"Nem a lei civil, nem os compromissos que ela faz contrair, podem suprir a lei do amor se esta lei não preside a união de dois seres. Disso resulta que, freqüentemente, o que se une à força, se separa por si mesmo; que o juramento que se pronuncia ao pé do altar torna-se um perjúrio se dito como uma fórmula banal. Daí as uniões infelizes, que acabam por tornar-se criminosas. Dupla infelicidade que se evitaria se, nas condições do casamento, não se fizesse abstração da única lei que o sanciona aos olhos de Deus: a lei do amor".
—Allan Kardec, em O Evangelho segundo o Espiritismo

Para podermos avaliar com profundidade a problemática do divórcio, é necessário analisarmos os aspectos espirituais da família. Afinal, o que significa a instituição da família dentro das leis do Criador?

E encontramos em O Evangelho segundo o Espiritismo um interessante ponto de vista a este respeito, compilado por Allan Kardec, conforme instruções recebidas pelos espíritos superiores que o assessoraram durante sua missão em codificar a Doutrina Espírita.

"Há duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais, e as famílias pelos laços corporais. As primeiras, duráveis, se fortalecem pela depuração, e se perpetuam no mundo dos espíritos, através de diversas migrações da alma. As segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e, freqüentemente, se dissolvem moralmente, desde a vida atual".

Com essa explicação dos espíritos, começamos a perceber a solidez ou a inconsistência dos relacionamentos familiares.

A lei divina e a lei humana

Presenciamos a cada dia o divórcio tornar-se a solução encontrada para casamentos realizados sem vínculos espirituais, concretizados à base de interesses mundanos —verdadeiros negócios— ou naqueles alicerçados nas ilusões dos sentidos.

Estes casais, naturalmente dão maior importância às transitórias leis humanas, pois desconhecem, na intimidade de seus corações, a imutável lei do amor. Esclarece o codificador: "Na união dos sexos, Deus quis que os seres estivessem unidos não somente pelos laços da carne, mas pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se transportasse para seus filhos, e que eles fossem dois, em lugar de um, a amá-los, a cuidar deles e fazê-los progredir. Nas condições ordinárias do casamento, foi levada em conta essa lei de amor? De nenhum modo. O que se consulta não é a afeição de dois seres que um mútuo sentimento atrai um para o outro, uma vez que, o mais freqüentemente, se rompe essa afeição. O que se procura não é a satisfação do coração, mas a do orgulho, da vaidade e da cupidez, numa palavra, de todos os interesses materiais. Quando tudo está bem segundo esses interesses, diz-se que o casamento é conveniente, quando as bolsas estão bem combinadas diz-se que os esposos o estão igualmente, devem ser bem felizes."

O divórcio separa o que jamais esteve unido

"O divórcio é uma lei humana", continua Kardec, "que tem por fim separar legalmente o que está separado de fato. Não é contrária à lei de Deus, uma vez que não reforma senão o que os homens fizeram e é aplicável senão nos casos em que não se levou em conta a lei divina".

Contudo, a espiritualidade superior insiste em dizer que a separação deve ser o último recurso, por ser uma medida extrema. Afinal, o casamento na Terra, na grande maioria das vezes, tem por finalidade atenuar desafetos, resgatar débitos mutuamente contraídos entre os cônjuges envolvidos.

Para os casais que não tiveram outra alternativa senão a separação e continuam se degladiando como se estivessem juntos, o perdão é de importância fundamental, pois além de atenuar o próprio débito cármico, minimiza o sofrimento dos filhos.

Um relacionamento de amizade entre o casal divorciado ameniza o sofrimento dos filhos

Se não foi possível conviver bem dentro da união conjugal, o melhor caminho é construir um relacionamento de amizade, porque as crianças de pais separados continuam ansiando a harmonia do casal, ainda que fisicamente eles não estejam mais juntos.
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Citações:
O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec
Tradução: J. Herculano Pires
Edição: EME Editora
O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec
Tradução: Salvador Gentile
Edição: Instituto de Difusão Espírita

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