Eugène Delacroix (1798 - 1863) é considerado o grande nome do Romantismo francês, tendo deixado, além de uma espantosa quantidade de obras de qualidade como pintor, escritos com considerações importantes sobre a arte em geral e a arte de sua época, mostrando as opiniões contemporâneas.

Suas grandes influências foram seu professor Baron Guérin, Géricaulte, Antoine-Jean Gros, além de Rubéns e a escola de Veneza (em especial Veronese). Conta-se inclusive que a partir da observação e cópia das obras desses dois últimos pintores admirados no Museu do Louvre aprendeu grande parte de sua técnica pictórica.

Em sua época, seu principal adversário era o neoclássico Jean Auguste Ingres. Delacroix, influenciado por Rubéns, acreditava nas cores e na imaginação como os elementos essenciais para uma boa pintura, ao passo que o desenho e a antiguidade clássica eram os pontos defendidos por Ingres. Essa valorização das cores, mais comum em seu estilo a partir do final da década de 30 do século passado, por sua vez, teve grande influência em pintores como Seurat.

Entretanto, o próprio Delacroix, com seu gosto pela subjetividade e carga emocional nas pinturas, dizia-se bastante influenciado pelos clássicos, realizando inclusive desenhos preparatórios antes de seus trabalhos maiores.

Além disso, era conhecido por sua temática religiosa. Como exprimiu-se Van Gogh, um de seus grandes admiradores “somente Rembrandt e Delacroix podiam pintar a face de Cristo“. Foi bastante prestigiado em sua época, sendo admirado por personalidades como Baudelaire. Era um dos principais realizadores de pinturas monumentais, principalmente pinturas murais na França, sendo chamado para decorar inúmeros edifícios públicos do país como o Palácio Bourbon.

“Jacó, o Anjo e Heleodoro banidos do Templo” é considerada uma de suas melhores obras dessa natureza. A riqueza decorativa das cores e a grande expressividade monumental são considerados os principais atributos da obra.

Além da temática religiosa, interessava-o a temática social, como as lutas populares. “Liberdade Guiando o Povo“ é uma obra bastante ilustrativa desse traço de seu caráter, que encontrou boas condições para se desenvolver na França de então. Mostra uma altaneira mulher no centro superior do quadro, segurando as três cores do símbolo francês. Uma enorme quantidade de pessoas carregando várias armas, mortos em primeiro plano e as torres da Catedral de Notre Dame também fazem parte da obra. A luz ilumina e desenha sombras de alguns personagens. Ao fundo há uma tênue fumaça.

O Norte da África também forneceu grande quantidade de inspiração romântica ao pintor quando lá esteve em 1832. “Fantasia Árabe“ pode exemplificar essa influência do mundo árabe em sua obra. Mostra a cavalaria árabe em grande velocidade com suas armas apontadas para a frente. Um coronel, com seu cavalo empinado está em primeiro plano, numa pintura carregada de intensidade, energia e excitação romântica.

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