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Roland Barthes (1915 - 1980)

Pensador e semiólogo francês. Nasceu em Cherbourg. Realizou seu estudo secundário em paris. Entre 1935 e 1939, estudou na Sorbonne, licenciando-se em letras clássicas. Passou a lecionar, em 1939, em Biarritz, e, no ano seguinte, em Paris. Atacado de tuberculose, sua vida foi marcada por constantes estadias em sanatórios.

Em 1948, assumiu o cargo de leitor de francês na Universidade de Bucareste. No ano seguinte, atuou como leitor na Universidade de Alexandria, no Egito. Nesta cidade, atuou na Direção Geral das Relações Culturais. Em 1962, assumiu o cargo de diretor de estudos na Ecole Pratique de Hautes-Études.

Em 1976, assumiu a cátedra de semiologia literária no Collège de France. Quatro anos depois, faleceu vítima de um atropelamento, na saída desta instituição. Algumas de suas obras: O grau zero da escritura; Mitologias; Sobre Racine; Ensaios críticos; Elementos de semiologia; Crítica e verdade; Sistema da moda; S/Z; O império dos signos; O prazer do texto, Roland Barthes por Roland Barthes; Fragmentos de um discurso amoroso; A câmera clara: nota sobre a fotografia; O grão da voz: entrevistas; O óbvio e o obtuso: ensaios críticos; A aventura semiológica; Incidentes.

Apesar de desviante e fragmentada, toda a obra de Roland Barthes investiga de diferentes modos uma única questão: a linguagem. Com a influência da literatura e dos estudos de lingüística, principalmente da obra de Saussure, o pensamento de Roland Barthes se estrutura fundamentalmente no modo da Semiologia.

Compreendida como ciência dos signos, a semiologia busca, por um lado, elaborar uma teoria geral dos signos e símbolos da linguagem e, por outro, efetuar semióticas particulares, estudando domínios circunscritos através da análise de, por exemplo, o vestuário, a alimentação, a cidade, a narrativa, a fotografia, o amor, etc. Neste mesmo sentido, podemos dividir a obra de Roland Barthes em duas vertentes: a análise estrutural da linguagem, cujo propósito é a elaboração de uma teoria semiológica, e o estudo particular de um determinado fenômeno, onde Barthes exemplifica concretamente a possibilidade de uma tal teoria.

Proveniente da lingüística de Hjelmslev, Jakobson, Benveniste e, principalmente, Saussure, a semiologia de Roland Barthes travou um diálogo constante e fecundo com as diversas correntes do pensamento de sua época: o estruturalismo etnológico de Levi-Strauss, a análise das formas literárias dos formalistas russos, a psicanálise de Lacan, a filosofia de Derrida, o marxismo de Althusser e a teoria do texto de Sollers e Julia Kristeva. Seu propósito era o de elaborar uma linguagem que promova uma crítica permanente da própria linguagem, destruindo as antigas ideologias e, simultaneamente, construindo um novo saber que liberte a linguagem. Para Barthes, a linguagem é fascista, sendo que o seu fascismo não está em impedir de dizer, mas em obrigar a dizer, conforme suas próprias palavras na Aula inaugural da cadeira de Semiologia Literária no Colégio de França. Neste sentido, o seu propósito de criar uma linguagem crítica da linguagem, consiste em trapacear este seu fascismo: "Essa trapaça salutar, essa esquiva, esse logro magnífico que permite ouvir a língua fora do poder, no esplendor de uma revolução permanente da linguagem, eu a chamo de literatura".

Apesar de não ter escrito nenhum livro de literatura, podemos caracterizar toda obra de Roland Barthes como um exercício literário, de prática da escrita, que busca libertar a linguagem para o prazer do texto.

Roland Barthes (Escritor da França)(wiki)

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Fonte: •Enciclopédia Digital 99 • ( Literatura e Leitura ) •