Paul Natorp (1854-1924)
Filósofo alemão, considerado um dos principais representantes do neokantismo (ver Immanuel Kant (1724-1804)) neste país. Nasceu em Düsseldorf. Estudou história da filosofia, matemática e ciências da natureza, cursando as universidades de Berlim, Bona, Estrasburgo e Marburgo.
Nesta última instituição, obteve o grau de doutor em 1881, juntamente com Hermann Cohen. Em 1885, passou a lecionar em Marburgo, passando, em 1892, à qualidade de professor titular.
Algumas de suas obras: a teoria cartesiana do conhecimento; Introdução à psicologia segundo o método crítico; Pedagogia social; A teoria das idéias de Platão; Ensaios reunidos sobre pedagogia social; Filosofia e pedagogia; Os fundamentos lógicos das ciências exatas; Filosofia, seu problema e seus problemas; Kant (1724-1804) e a escola filosófica de Marburgo; Idealismo social; Lições de filosofia prática.
O pensamento de Natorp parte, assim como as considerações de Cohen, de uma posição idealista, que postula a absoluta identidade entre ser e pensar. Deste modo, a filosofia possui como tarefa investigar a unidade sintética dos atos da consciência como unidade radical entre pensamento e ação.
Neste sentido, Natorp desenvolve o estudo de uma pedagogia social, que busca investigar uma das condições fundamentais da estrutura da consciência; a correlação indissolúvel entre o individual e o social. Segundo Natorp, esta pedagogia conduz à formulação de uma ética calcada no social, afirmando o fundamento coletivo da noção de bem.
Embora a vontade que aspira pelo bem seja de ordem individual, o bem constitui uma categoria que ultrapassa todo âmbito subjetivo e pessoal. Neste sentido, só é possível o desenvolvimento de uma consciência ética a partir do coletivo. A experiência da vontade, assim como a consciência, possuem para este pensador um fundamento normativo, por ser a norma condição de possibilidade de toda inteligibilidade.
Segundo a concepção de Natorp, a prática deve levar à compreensão da norma que lhe serve de base, da mesma maneira como todo pensamento comporta, por seu turno, uma lei. Isto pode ser expresso através da máxima: pensar é legalizar.
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