Moritz Schlick (1882-1936)
Filósofo contemporâneo, considerado o fundador, bem como um dos principais integrantes do Círculo de Viena. Nasceu em Berlim. Doutorou-se em física na Universidade de Berlim, em 1904. Interessando-se por filosofia, passou a investigar as bases do conhecimento científico. Atuou como professor em Rostock e em Kiel.
Em 1922, assumiu a cátedra de filosofia das ciências indutivas, na Universidade de Viena. Organizou, nesta instituição, um seminário que reunia filósofos e cientistas de inspiração francamente empirista, a fim de discutir a delimitação dos critérios de verdade do conhecimento, tomando como base o conhecimento científico.
Assim, surgiu o Círculo de Viena. Schlick faleceu em Viena, assassinado por um estudante com problemas mentais. Algumas de suas obras: Teoria geral do conhecimento, Espaço e tempo na física atual, Vivência, conhecimento, metafísica, A causalidade na física atual, Positivismo e realismo, O fundamento do conhecimento, Filosofia e ciência natural.
A preocupação fundamental de Schlick consiste em refletir acerca do conhecimento científico. Segundo este autor, a objetividade e o caráter de verdade intrínsecos a este conhecimento residem em sua vinculação à experiência. Contudo, o empirismo contemporâneo não pode menosprezar o papel determinante da lógica e da matemática na construção e clarificação das teorias científicas.
Assim, o conhecimento pode ser dividido em: lógico, caso independa de fatos da experiência, ou empírico, caso esteja fundado nestes mesmos fatos. A esta necessidade de dupla vinculação do conhecimento, Schilick denominou empirismo lógico. A possibilidade de considerar proposições destituídas de valor gnoseológico como imbuídas de uma relevância teórica provém, para Schilick, da insuficiência da gramática usual.
Esta permite considerar válidas proposições como Júlio César é um número primo; este tipo de proposições, que escapam ao crivo da gramática, só podem ser invalidadas mediante a aplicação de regras provindas da análise lógica.
A afirmação da necessidade de utilização de tais regras permite a Schilick efetuar uma crítica às proposições metafísicas: apesar de possuírem aparência de teorizações relevantes, tais proposições, do ponto de vista lógico, mostram-se destituídas de significação.
Não se pode dizer que as afirmações metafísicas são verdadeiras ou falsas: antes disso, elas são destituídas de significação; são não significantes.
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Moritz Schlick (Alemanha)