Christian Wolff (1679-1754)
Filósofo alemão. Nasceu em Breslau, e realizou seus estudos na Universidade de Iena, formando-se em matemática e física, em 1699. Dando continuidade a seus estudos, formou-se em filosofia na Universidade de Leipzig, em 1702. Estreitando relações com Leibniz, passou, por intermédio deste filósofo, a lecionar matemática e filosofia na Universidade de Halle, a partir de 1707.
Seu ensino obteve grande êxito junto ao meio acadêmico. Contudo, em 1723, foi demitido do cargo, acusado de que sua doutrina continha afirmações de caráter determinista e mesmo ateísta. Passou, então, a lecionar na Universidade de Marburgo. Em 1740, Frederico II o restituiu a sua cátedra em Halle, na qual permaneceu até sua morte.
Sua obra consiste em duas séries de manuais, uma escrita em latim e outra em alemão. Alguns de seus títulos: Princípios de todas as ciências matemáticas; Pensamentos racionais sobre as forças do entendimento humano; Lógica ; Pensamentos racionais sobre Deus, o mundo e a alma do homem, assim como sobre todas as coisas em geral; Filosofia racional ou Lógica; Filosofia primeira ou Ontologia ; Cosmologia geral; Psicologia empírica; Psicologia racional; Filosofia prática; Filosofia moral ou Ética.
As principais influências da filosofia de Wolff provém de Leibniz e da sistematização escolástica. Seu corpo doutrinal foi denominado como racionalismo leibniz-wolfiano. A filosofia é, para este filósofo, um saber rigorosamente organizado, baseado no exame racional dos conceitos, que deve levar ao conhecimento claro dos princípios, sejam estes teóricos ou práticos.
A análise filosófica se encontra fundada em dois princípios: o de não contradição, o primeiro princípio da lógica, desde as considerações de Aristóteles (384-322 a.C.) ; e o de razão suficiente, mola mestra da filosofia de Leibniz. Estes princípios, contudo, não são válidos apenas do ponto de vista lógico; para este autor, eles dizem respeito também à própria realidade, possuindo, assim, alcance ontológico.
É preciso distinguir entre filosofia teórica e prática; esta diz respeito ao conhecimento adquirido pela experiência; enquanto o conhecimento procedente da primeira é necessário, o campo de verdade próprio à segunda é o do provável. A filosofia teórica é dividida, por este autor, em; ontologia, cosmologia, psicologia e teologia.
A filosofia prática, por sua vez, consiste em: ética e política. Nestes campos, pode-se apontar a concepção de Wolff como precursoras do Iluminismo alemão. Este filósofo afirma uma ética baseada estritamente na razão; sendo seus princípios encontráveis universalmente por via racional, as ações que conduzem ao bem prescindem da existência divina para que possam ocorrer.
É grande a importância da filosofia de Wolff, considerado seu caráter de sistematizadora da filosofia moderna alemã, bem como as influências decisivas que exerceu em sua época. Deve-se a ele o estabelecimento de uma terminologia filosófica em língua alemã, a partir de traduções dos principais termos latinos.
Wolff foi, igualmente, o responsável pela elaboração e publicação da primeira coleção de manuais filosóficos para sua língua. Seu pensamento, muito difundido durante o século XVIII, influenciou as concepções filosóficas de Baumgarten (1714-1767), seu discípulo direto, e de Kant (1724-1804).
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