Guerra dos Emboabas

A Guerra dos Emboabas tratou-se do conflito entre mineradores paulistas (ou vicentinos) já estabelecidos nas regiões de grande atividade mineradora e os novos aventureiros portugueses e brasileiros que chegavam nestas regiões para concorrer com os primeiros nestas atividades. Estes novos exploradores, que chagavam nas regiões ocupadas pelos paulistas atraídos pela fama da riqueza aurífera da região, foram os chamados emboabas. O apelido era depreciativo: na língua indígena dominante, m'buab significava aves com penas nas pernas. Este aspecto refere-se às botas dos emboabas, que temiam picadas de animais peçonhentos.

O conflito estendeu-se entre o período de 1707 e 1709. Alegando possuir direitos com vantagem sobre os novos exploradores, os paulistas descobridores das minas acabam por declarar guerra aos "intrusos". Os paulistas reúnem cerca de dois mil homens armados, entre portugueses, mamelucos e até mesmo negros escravos, contra três mil e quinhentos emboabas, estes chefiados pelo comandante português Manuel Nunes Viana. Uma primeira grande derrota dos descobridores paulistas das minas veio em 1708, no episódio do Capão da Traição, tendo sido severamente punidos através do massacre generalizado. No final do conflito, Nunes Viana foi obrigado a retornar à Bahia. Uma consequência do conflito foi a criação da capitania de São Paulo e Minas de Ouro, até então território vinculado ao Rio de Janeiro. Assim, a Coroa teve como impor seus desígnios mais livremente pela região, passando sua autoridade a ser representada por delegações de poderes locais, como no caso do governador Antônio Albuquerque.

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Fonte: •Enciclopédia Digital 99 • ( Literatura e Leitura )•