Mar Alto

urs.bira@uol.com.br

Imprimir esta página Literatura e Leitura Espiritismo Literatura e Leitura
"E, quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao mar alto, e lançai as vossas redes para pescar." - (Lucas, 5:4.)

Este versículo nos leva a meditar nos companheiros de luta que se sentem abandonados na experiência humana.

Inquietante sensação de soledade lhes corta o coração.
Choram de saudade, de dor, renovando as amarguras próprias.
Acreditam que o destino lhes reservou a taça da infinita amargura.

Rememoram, compungidos, os dias da infância, da juventude, das esperanças crestadas nos conflitos do mundo.
No íntimo, experimentam, a cada instante, o vago tropel das reminiscências que lhes dilatam as impressões de vazio.
Entretanto, essas horas amargas pertencem a todas as criaturas mortais.

Se alguém as não viveu em determinada região do caminho, espere a sua oportunidade, porquanto, de modo geral, quase todo
Espírito se retira da carne, quando os frios sinais de inverno se multiplicam em torno.

Em surgindo, pois, a tua época de dificuldade, convence-te de que chegaram para tua alma os dias de serviço em "mar alto",
o tempo de procurar os valores justos, sem o incentivo de certas ilusões da experiência material. Se te encontras sozinho,
se te sentes ao abandono, lembra-te de que, além do túmulo, há companheiros que te assistem e esperam carinhosamente.

O Pai nunca deixa os filhos desamparados, assim, se te vês presentemente sem laços domésticos, sem amigos certos na
paisagem transitória do Planeta, é que Jesus te enviou a pleno mar da experiência, a fim de provares tuas conquistas em
supremas lições.

(Do livro "Pão Nosso", psicografado pelo médium Francisco Cândido Xavier, cap. 21, p. 53-54, 18. ed FEB.)