Não pode haver ligação mediúnica sem afinidade. Afinidades são semelhanças de idéias e sentimentos que se imprimem em nossos perispíritos, formando um retrato vivo daquilo que somos interiormente.
"Dize-me com quem andas... ", repete o povo a sabedoria dos evos.
Dize-me quem és e te direi com quem andas - eis uma outra verdade.
Por mais que tenhamos uma imagem daquilo que somos, um conceito de nós mesmos, nada é mais verdadeiro e incontestável que nossos fluidos. Eles nos colocam em contato com seres cuja constituição se lhes assemelha, uma providência da vida que nos conduz ao autoconhecimento permitindo que nos vejamos espelhados nas criaturas que nos partilham a convivência.
No entanto, esta constatação não servirá para nos manter passivos onde estamos. Dia a dia, construímos nosso mundo mental e emocional, que se modifica e, conseqüentemente, modifica os padrões com que nos afinizamos.
Buscar a harmonia de sentimentos, manter os pensamentos no bem, ocupar-se de leituras elevadas e ouvir boa música nos ajudam a alcançar uma melhor condição interior, uma nova configuração fluídica e influencia na categoria dos Espíritos que se achegam a nós.
2. Bons Médiuns
Gilberto / Rita Foelker
Um bom médium não é necessariamente um médium perfeito. Aliás, nossas idéias de perfeição estão sempre a nos confundir...
Se um médium se considera perfeito e acabado, no pleno domínio de sua capacidade e conhecedor de todas as nuances do fenômeno mediúnico, o que se pode dizer a seu respeito é que está seriamente iludido. Tal possibilidade inexiste no plano dos presentemente encarnados no planeta Terra.
Se um médium se considera imperfeito, coloca-se em posição de inferioridade e de insuficiência de recursos e estará sempre produzindo aquém de suas reais possibilidades.
Bons médiuns vivem sua mediunidade com liberdade e responsabilidade; sabem que têm muito que aprender e não se furtam às lições; são autênticos na expressão dos fenômenos de que participam e colocam-se disponíveis para o trabalho com a Espiritualidade, cheios de fé e confiança.
Não se pede perfeição (moral) aos médiuns, até porque desejar ser perfeito (no comportamento) pode ser um sintoma da vaidade que tanto empenho se faz por combater. Pede-se que os médiuns confiem no instrumento que Deus lhes colocou nas mãos, fazendo com que produza para o bem geral os frutos do esclarecimento e do alívio das dores da alma.