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Espiritismo Literatura e Leitura 20/01/2005 (00119)
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A escolha do colégio
Rita Foelker

Muitos pais espíritas, hoje em dia, enfrentam um dilema: como escolher um bom colégio para seus filhos.

Imagine que você mora numa cidade do interior, com poucas alternativas. Você tem a escola pública, tem escolas onde a ênfase é dada à preparação para o vestibular e tem escolas ligadas a instituições religiosas (católicas, adventistas, etc.) que passam valores cristãos com a "cor" das suas doutrinas. Ainda não existem muitas escolas espíritas, por aí. Como você faria?

Escolher um colégio para os filhos é prerrogativa dos pais, mas existem alguns itens que podemos considerar. E é importante visitar e conhecer vários, antes de decidir.

Um destes itens é a filosofia e a metodologia da escola. A concepção espírita da evolução tem muito em comum com o Construtivismo. A metodologia construtivista trabalha respeitando a maneira como o Espírito evolui e aprende, só que não leva em conta a reencarnação.

Há colégios bons e ruins que trabalham assim, da mesma forma que há colégios bons e ruins usando o método tradicional. Mas se você encontrar um bom colégio construtivista, estará permitindo que seu filho estude segundo as leis da aprendizagem que atuam na nossa evolução espiritual.

Se optar por um colégio onde se professa determinada religião, há alguns procedimentos que podem evitar futuros dissabores. Primeiro, é preciso que a coordenação da escola saiba exatamente qual é a situação da criança e que não exija dela, nem conhecimento e concordância com a sua crença, nem participação em cultos e eventos religiosos.

Mesmo quando isto está bem claro, pode haver casos de discriminação entre os colegas. Então, em segundo lugar, é preciso saber como a escola vai trabalhar a questão da integração da criança na turma.

Uma das funções da escola na vida do aluno é a socialização. Se ele se sente deslocado ou discriminado, poderá enfrentar sérios problemas íntimos e de relacionamento. Portanto, nossa decisão depende também de cada criança: como ela vai reagir ao ambiente e aos ensinamentos diferentes dos que recebe em casa? Talvez um irmão se dê bem onde o outro não consiga se entrosar, e vice-versa.

Há colégios leigos que incluem em seus currículos a disciplina de Filosofia. Nestas aulas, as crianças aprendem a pensar, a raciocinar e também desenvolvem noções éticas importantes. Um colégio leigo com um bom programa de Filosofia para Crianças pode se constituir numa opção melhor, para pais espíritas, que uma educação sectária nos moldes de uma determinada visão religiosa.

Contudo, não duvidemos: a formação filosófica e religiosa vem da família. Não é o colégio que lhes proporciona isto, somos nós, os pais, e esta função do grupo familiar precisa ser muito clara para todos nós. Quando, em casa, vivemos segundo os princípios do Espiritismo, tratando abertamente de assuntos como imortalidade, mediunidade, reencarnação, Espíritos, Deus, e quando reproduzimos em nossas atitudes os valores decorrentes da compreensão espírita da vida, estamos apontando caminhos para nossos filhos. Se formos bons espíritas, eles terão bons exemplos a seguir.

...O que nos coloca perante um outro questionamento: que tipo de espíritas estamos sendo? Será que conseguimos servir de inspiração para nossos filhos?

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