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Espiritismo Literatura e Leitura 15/01/2005 (00108)
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RADIOTERAPIA

LIÇÃO I

Radioterapia - Que é? - Tratamento pelas irradiações - As bases da radiopatia.

Cada dia, o progresso das ciências nos apresenta novas surpresas, porém, se conhecemos um grande número de fenômenos e efeitos, ignoramos completamente suas causas e suas leis.

É sabido que, pelas ondas hertzianas, o transporte sem fio do pensamento, sob a forma de sinais convencionais, opera-se livre e convencionalmente através do espaço, tão rapidamente como o raio.

A principio, como é costume, começaram por negar a possibilidade deste transporte, porque não era possível dar explicação deste fenômeno.

Compreendemo-lo melhor, hoje que ele já se acha negar tudo o que não compreendemos, era preciso começarmos por negar a nós mesmos.

Quais são, dentre nós, os que têm um conhecimento perfeito do seu próprio Ser?

Depois do transporte do pensamento, veio logo o livre transporte da palavra, sem auxilio de qualquer fio condutor. E como se opera este transporte?

Ninguém o sabe, nem mesmo Louis Maiche, o inventor da telefonia sem fio.

Observamos um fato, e nada mais.

Por exemplo, uma pequena mosca vibra na razão de 15.000 vibrações por segundo.

Ora, podemos nós imaginar uma força que seja capaz de imprimir, num fechar de olhos, 15.000 batidas de azas a este gérmen de vida, durante noites e dias inteiros?

Esta vibração fantástica já é desconcertante; eis mais ainda:
Se esta mesma mosca passar casualmente zumbindo diante de um transmissor telefônico sem fio, as milhares de vibrações do insignificante inseto serão instantaneamente transportados a 10, 20, 100, 1.000 metros, através de várias espessuras de paredes, tão bem que o ouvido que estivesse aplicado a um receptor a estas diversas distâncias, ouviria o zumbido transmitido em toda a sua acuidade, em toda a sua altura sem que as grandes paredes atravessadas tenham retido ou deformado uma só destas 15.000 vibrações, cuja amplitude não representa nem sequer um milésimo de milímetro!

Que é, pois, esta matéria que se deixa atravessar assim pelo zumbido de uma simples mosca, e isto com a mesma facilidade que a luz atravessa o vidro?

" O átomo, diz G. Lebon, é o reservatório de uma energia ignorada, se bem que ultrapasse por sua imensidade as forças que conhecemos, e que talvez seja a origem da maior parte das ondas, da eletricidade e do calor solar principalmente".

Lebon fala do átomo físico, cujo agregado constitui o corpo físico.
Ora, a existência do átomo psíquico é tão certa como a do átomo físico, e, se este contém em si uma energia prodigiosa, os efeitos produzidos pela libertação deste átomo imaterial, são ainda infinitamente mais maravilhosos.

Em verdade, entre o físico e o metafísico, só existe uma diferença em relação à grosseria dos nossos sentidos.

Em realidade, o tangível, e o intangível, o visível e o invisível só diferem por simples modalidades, modalidades infinitas, é verdade, da matéria.

Se a transmissão do pensamento e da palavra dá-se sem o apoio de qualquer fio condutor, é necessário não esquecer que não poderia realizar-se sem pilha.

É indispensável possuir uma ou mais baterias elétricas, mais ou menos poderosos, conforme a distancia à alcançar.

Pois bem, cada um de nós representa uma pilha viva, que tem por base o cérebro.

Com esta diferença, todavia, que a pilha humana é imensamente mais poderosa que a pilha automática mineral, porque é livre e consciente.

Ora, desta pilha irradiam irresistíveis correntes de benéficas ondas psíquicas, que vão impressionar e renovar o paciente, desde que o pensamento dirija a corrente.

Por que são irresistíveis essas correntes?
Vimos numa lição anterior que, se o átomo liberto da matéria visível possui uma tão fabulosa energia, deve-se à enormidade da sua ligeireza. Pois bem, que é esta ligeireza do átomo psíquico, do pensamento?

Para a projeção ideal, a distância não existe.

O pensamento ignora a existência do espaço.

É, pois, simples conceber que as irradiações anímicas sejam muito mais penetrantes do que as irradiações dos corpos, e que nada poderia resistir à ação, mesmo infinitesimal, desta radiação.

Estas irresistíveis projeções vibratórias têm por efeito imediato impor a calma ao doente.

Segue-se depois a fé na cura, e enfim a própria cura é simples questão de tempo, quando não é obtida desde os primeiros dias, pelas projeções fluídicas desta pilha psicoelétrica.

O radiopata, por um esforço intenso da sua vontade, projeta sobre o paciente os eflúvios libertos da sua sã individualidade, eflúvios estes, que serão infinitesimal, porém suficiente, da própria saúde do radiopata.

Acaso a doença não se adquire sem contágio, sem o menor contato material?

O mesmo se dá com a saúde que é ainda mais contagiosa que a doença, pois, graças ao tratamento radiopata, ela pode ser transmitida a qualquer distância.

Os eflúvios patogênicos são combatidos e neutralizados por outros eflúvios fisiológicos, da mesma forma que certos micróbios malfeitores são devorados pelos micróbios, fagócitos, admirável descoberta do Dr. Metchnikof.

Ao lado do micróbio assassino, a Providência colocou o micróbio guarda.

Assim também, a emanação doentia será destruída por uma sã radiação.

Este benéfico transporte a distância pode ser operado por quem quer que seja; basta que possua bastante força de vontade para adaptar-se a uma preparação capaz de multiplicar 2, 3 ou 10 vezes sua vontade inata.

O transporte da saúde a distância é um fato tão certo como a remessa de telegramas através do espaço pelas ondas hertzianas, como a da palavra telefonia sem fio, ou ainda como certas advertências telepáticas a grande distância, em conseqüência de laços fluídicos entre as pessoas.

Da mesma forma, para que a radiopatia possa agir de modo eficaz, é necessário estabelecer um acordo de vontades, uma corrente de simpatia que prenda o radiopata ao doente.

Fora disso, não há comunicação possível entre o transmissor e o receptor.

A radiopatia tem uma só coisa comum com a telefonia sem fio: é que o radiopata não poderia atingir o paciente, se este, por sua vontade, se fechasse à recepção dos eflúvios projetados, pois desta forma, toda comunicação telepática é cortada, do mesmo modo que nos podem cortar uma comunicação telefônica.

Tudo o que dissemos sobre o valor prático desta terapêutica psíco-fluidica é confirmado por milhares de curas tão sensacionais como inesperadas.
Tal é a radiopatia humana ou aquela em que o cérebro humano age como pilha emisora.

O tratamento pelos raios solares, que tem o nome especial de helioterapia, forma também uma parte importante da radiopatia.

Neste caso, o Sol faz funções de pilha emissora sendo os seus raios químicos transmissores da saúde e da energia.

Eis o que diz a este respeito Papus:

"O sol é para nossa terra o que a atmosfera é para os nossos pulmões.

O sol é o reservatório vivo de todas as forças visíveis e invisíveis em ação no nosso planeta e sobre os seus habitantes.

"Por conseguinte, o sol é a fonte real de toda medicamentação natural e logicamente compreendida, até nos casos das doenças mais desesperadas.

"Ao lado do magnetismo humano, que depende do poder dos centros nervosos em fixar as radiações solares, existe o magnetismo da Natureza que não só preside à evolução dos entes vivos, á marcha da civilização no sentido da marcha do sol, como estabeleceu o capitão Bruch, mas também à reparação e à conservação do organismo humano".

H. Durville, por sua vez, dá grande importância à helioterapia.

Diz a seu respeito:

"O magnetismo é uma força universalmente espalhada, que observamos em todos os corpos e em todos os agentes da natureza, sem que seja necessário desenvolve-lo como desenvolvemos a eletricidade".

"No ponto de vista terapêutico, se o corpo humano é sua fonte principal, ao menos aquela que é suscetível de produzir rapidamente os efeitos mais poderosos, o imã e a luz também constituem fontes secundária não menos importantes".

"A Luz do Sol possui sobre todos os outros agentes terapêuticos, a superioridade de ser encontrada em toda a parte sem despesa alguma; enfim, acha-se à disposição de todos."

É sabido que, propriamente falando, não há luz sem acompanhamento de uma espécie de magnetismo, cujos efeitos estão, na hora atual, indiscutivelmente provados.

Assim como conhecemos os efeitos químicos da luz solar, assim também, após longos e complicados estudos, podemos verificar os efeitos magnéticos dos raios emanados do sol.

Devemos dizer que esta teoria e esta medicamentação eram conhecidos desde longos séculos.

Zoroastro, se dermos crédito ao Zend-Avesta, como o fez Moisés, depois dele, tinha, no ponto de vista da higiene, estabelecido na sua religião, certas leis de purificação luminosa.

Contudo, é necessário observar que a luz solar não tem os mesmos efeitos durante o tempo que dura a revolução da terra ao redor do Sol.

A luz solar da manhã difere muito nos seus efeitos da luz emitida pelo sol do zênite, ou dos raios crepusculares.

Os raios horizontais que projeta para a terra o sol nascente são agradáveis, penetrantes e harmoniosos, e produzem a serenidade psíquica.

Os raios verticais do Sol do meio-dia, que caem a prumo sobre a cabeça, são excitantes e ativantes por excelência.

Os raios horizontais do Sol poente são absorventes, aspiram a energia das pessoas e produzem a melancolia.

Enfim, conforme as estações, há grandes diferenças nas propriedades da luz solar.

Destes conhecimentos, resulta uma medicamentação útil para a reconstituição do corpo, submetido aos efeitos terapêuticos do astro da vida.

É sabido que o magnetismo é uma força universal que emana de todos os corpos da natureza e de todos os agentes físicos, sob a forma de correntes produzidas pelas vibrações das moléculas.

Conforme o magnetismo emana deste ou daquele corpo ou de um agente qualquer da natureza, acrescenta-se-lhe um qualificativo para indicar sua proveniência.

Assim, dizemos: magnetismo humano, magnetismo do imã, magnetismo da luz, do calor, do som, etc.

Devido a que no ponto de vista prático, o valor do magnetismo varia consideravelmente conforme a fonte que o fornece na arte de curar, servimo-nos principalmente do magnetismo humano e do magnetismo do imã.

Nesta parte do curso de Ciências Herméticas queremos mostrar aos estudantes o proveito considerável que podem tirar e uma outra fonte de magnetismo, a luz solar, empregada sob o nome de banho de sol.

O tratamento pelos banhos de Sol esteve muito tempo esquecido, e o primeiro que o restaurou no século 18o. foi Arnold Rikli, nascido em Veldes (Carniola) a 13 de Fevereiro de 1823.

Conforme seus próprios dizeres, Rikli, sendo ainda jovem, já sentia uma instintiva necessidade de expor-se aos raios quentes e vivificadores do Sol.

Quando o tempo era brumoso ou chuvoso, sentia-se incomodado.

Na sua prática, o cantão de Berna, pela volta da primavera, ele desde o mês de março, muitas vezes saia ao ar livre, a fim de deitar-se inteiramente nu sobre suas vestes nas vertentes meridionais das colinas ou à margem de um bosque.

Quando o Sol era brando ficava deitado de 15 a 20 minutos.
Quando, porém, seus raios brilhavam com mais força prolongava a duração do banho de sol até uma hora.

Vestia-se, depois, e dava um passeio, a fim de aquecer-se.

No prefácio de sua abra "A cura atmosférica", Rikli diz:

Os primeiros destes novos banhos de sol, realizados cedo na primavera, e que agem de um modo mais refrescante do que aquecedor, eram, propriamente falando, o que agora denomino os banhos foto-atmosféricos.

Com a saída do sol, à medida que aquecia o corpo com mais intensidade, eu sentia a necessidade de um refresco mais intenso e ia, para esse fim, passear nu no bosque próximo.

"Quando a estação já estava adiantada, a ação do ar do bosque tornava-se muito pouco refrescante, e eu mudava os banhos de sol para próximo a um regato, onde, tendo-me aquecido, mergulhava-me e nadava até que tivesse refrescado suficientemente.

Depois deste duplo banho, tinha sempre a sensação de um aumento de forças e de uma animação absoluta.

"Assim como jamais caiu um mestre do céu, a ciência mais simples possuindo, pelo contrário, suas regras que devem ser estudadas,assim também eu tinha de aprender na prática dos banhos de sol.

Durante 4 anos, de 1865 a 1869, experimentei em meu próprio corpo todas as manhãs, no verão e no inverno, os banhos foto-atmosféricos, exclusivamente com meio de refrescar.

Como todos os homens que se dizem civilizados, eu fui educado sob o dogma arcaico de que o resfriamento pelo ar era uma causa absoluta e perigosa de doenças.

Por isso, no principio, apoderava-se de mim um pouco de temor das conseqüências desta empresa arriscada, de modo que sempre me era necessário coragem para vence-la.

Avançando passo a passo, comecei somente por andar descalço, descobrir pouco a pouco o corpo primeiramente em cima.

Ao mesmo tempo, logo me convenci que não havia perigo, apesar do que todos dizem do mau ar.

Sentia de modo claro, a ação fortificante dos banhos foto-atmosféricos sobre os nervos que eram mais agradáveis e davam mais elasticidade do que qualquer processo hidroterápico e que seguidos de um banho de água, eram absolutamente sem perigo".

Ciências Herméticas

Dourado-sp
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