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Espiritismo Literatura e Leitura 23/12/2004 (00072)
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Reunião de Desobsessão

Essa reunião é privativa e visa a auxiliar a desencarnados e encarnados envolvidos em processo de reajuste e à defesa do Centro Espírita contra as investidas de espíritos avessos à Doutrina Espírita.

“Cada templo espírita deve e precisa possuir a sua equipe de servidores da desobsessão, quando não seja destinada a socorrer as vítimas da desorientação espiritual que lhe rondam as portas, para defesa e conservação de si mesma (...)”. Com base nesta afirmativa do Espírito André Luiz, no intróito da obra “Desobsessão”, psicografada pelos médiuns Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, e nas instruções dadas por ele neste livro para a realização das reuniões privativas (sem público) destinadas à desobsessão, elas deverão ser assim processadas:

1 - Composição da Mesa Diretora dos Trabalhos

Os componentes da reunião, que nunca excederão ao número de quatorze, assumirão funções específicas. Num grupo de até 14 integrantes, por exemplo, trabalharão 2 a 4 médiuns esclarecedores, incluindo-se o próprio dirigente da reunião, 2 a 4 médiuns passistas e 4 a 6 médiuns psicofônicos.

2 - Preparação do Ambiente Espiritual

(Tempo aproximado: 15 minutos)

Os livros para leitura preparatória no grupo serão, de preferência:

a) “O Evangelho segundo o Espiritismo”;

b) “O Livro dos Espíritos”;

c) uma obra subsidiária que comente os ensinamentos do Cristo à luz da Doutrina Espírita: “Pão Nosso”, “Vinha de Luz”, “Fonte Viva”, “Palavras de Vida Eterna” etc.

Nota: A leitura, que não ultrapassará 15 minutos, constituir-se-á, preferentemente, de um item de “O Evangelho segundo o Espiritismo” ou de “O Livro dos Espíritos” e de um trecho de um dos livros de comentários evangélicos. O dirigente, antes da prece inicial, diminuirá o grau de luminosidade ambiente. Os componentes evitarão entretecer comentários acerca dos temas lidos.

3 - Prece Inicial

(Tempo aproximado: 2 minutos)

A prece inicial obedecerá à concisão e à simplicidade e será proferida pelo dirigente da reunião ou por quem este indicar.

4 - Desenvolvimento dos Trabalhos

a) Manifestação inicial do mentor espiritual.

(Tempo aproximado: 60 minutos)

Feita a oração inicial, o dirigente e a equipe mediúnica esperarão que o mentor do grupo se manifeste pelo médium psicofônico indicado.

b) Manifestação dos enfermos espirituais.

Observação: A palestra reeducativa com cada desencarnado em desequilíbrio, ressalvadas as situações excepcionais, não pendurará, assim, além de dez minutos.

c) Radiações.

(Tempo aproximado: 5 minutos)

O diretor do grupo, terminadas as tarefas de desobsessão, rogará aos companheiros reunidos vibrações de amor e tranqüilidade para os que sofrem. Um dos componentes da equipe, nomeado pelo dirigente, poderá articular uma prece em voz alta, lembrando na oração os enfermos espirituais que se comunicaram, os desencarnados que participaram silenciosamente da reunião, os doentes nos hospitais e os irmãos carentes de socorro e de alívio, internados em casas assistenciais e instituições congêneres.

d) Passes.

(Tempo aproximado: 10 minutos)

Os médiuns passistas, deslocando-se de seus lugares logo que o conjunto entre no silêncio necessário às radiações, atenderão aos passes, ministrando-os a todos os componentes do grupo, sejam médiuns ou não. Os que vão receber os passes não precisam mudar de posição.

e) Manifestação final do mentor.

(Tempo aproximado: 5 minutos)

O dirigente da reunião aguardará a manifestação do orientador espiritual da reunião ou de algum instrutor desencarnado que deseje transmitir aviso ou anotação edificante para estudo e meditação do grupo. Na hipótese de se verificar que o orientador desencarnado não deseja trazer nenhum aviso ou instrução, o dirigente fará a prece final.

5 - Prece Final

(Tempo aproximado: 2 minutos)

A prece final obedecerá à concisão e à simplicidade e será proferida pelo dirigente da reunião ou por quem este indicar.

6 - Encerramento

Terminada a prece final, o dirigente, com uma frase breve, dará a reunião por encerrada e fará no recinto a luz plena.

Importante: Vale esclarecer que a reunião pode terminar antes do prazo de duas horas, a contar da prece inicial, evitando-se, no entanto, exceder esse limite de tempo.

7 - Recomendações

a) “Abster-se da realização de sessões públicas para assistência a desencarnados sofredores, de vez que semelhante procedimento é falta de caridade para com os próprios Espíritos socorridos, que sentem, torturados, o comentário crescente e malsão em torno de seu próprio infortúnio” (CE);

b) “evitar, quanto possível, sessões sistematizadas de desobsessão, sem a presença de dirigentes que reúnam, em si, moral evangélica e suficiente conhecimento doutrinário” (CE);

c) pontualidade é sempre dever, mas na desobsessão assume caráter solene;

d) a desobsessão deve ser praticada no templo espírita, ao invés de ambientes outros, de caráter particular. No templo espírita, os instrutores desencarnados conseguem localizar recursos avançados do plano espiritual para o socorro a obsidiados e obsessores;

e) os integrantes da equipe precisam cultivar atitude mental digna, desde cedo, principalmente no dia marcado para as tarefas de desobsessão;

f) a alimentação, durante as horas que precedem o serviço de intercâmbio espiritual, será leve;

g) após o trabalho, seja ele profissional ou doméstico, braçal ou mental, faça o seareiro da desobsessão o horário possível de refazimento do corpo e da alma;

h) pelo menos durante alguns minutos, horas antes dos trabalhos, seja qual for a posição que ocupe no conjunto, dedique-se o companheiro de serviço à prece e à meditação;

i) na chegada de enfermos ou obsidiados, sem aviso prévio, sejam adultos ou crianças, o doente e os acompanhantes podem ser admitidos, por momentos rápidos, na fase preparatória dos serviços programados, recebendo passes e orientação. Findo o socorro breve, retirar-se-ão do recinto;

j) manter registro dos nomes e respectivos endereços dos assistidos;

l) é desaconselhável a manifestação simultânea de duas ou mais entidades carentes de auxílio. Caso isso se verifique, o dirigente alertará os médiuns no sentido de contê-las;

m) só se permitirá passividade, no máximo, duas vez por reunião a cada médium;

n) deverá ser evitado que os manifestantes doentes subvertam a ordem com pancadas (batimentos de mãos e pés), ou outras manifestações ruidosas;

o) não é necessária a presença do obsidiado na reunião de desobsessão para receber auxílio dos benfeitores espirituais;

p) em nenhuma circunstância, o dirigente garantirá a cura ou marcará prazo para o restabelecimento completo dos doentes, em particular dos obsidiados, sob pena de cometer leviandade;

q) quando a equipe dedicada à desobsessão for chamada ao contacto com determinado enfermo, retido no próprio lar ou no hospital, e havendo possibilidades para isso, indiscutivelmente a visita deverá ser feita, porém o grupo deve fazer-se representar por uma comissão de companheiros junto ao doente. Essa comissão deverá recolher o nome e o endereço do irmão necessitado, abstendo-se da ação mediúnica diante dele, no que tange à doutrinação e ao socorro aos desencarnados sofredores, reservando-se semelhante tarefa para o recinto dedicado a esse mister;

r) os médiuns esclarecedores deverão ser preparados, devidamente, para substituir o dirigente da reunião nos seus impedimentos;

s) o dirigente deve:

s.1 - “falar aos comunicantes perturbados e infelizes, com dignidade e carinho, entre a energia e a doçura, detendo-se exclusivamente no caso em pauta” (CE);

s.2 - “em oportunidade alguma, polemizar, condenar ou ironizar, no contacto com os irmãos infelizes da Espiritualidade” (CE);

s.3 - “oferecer a intimidade fraterna aos comunicantes, aplicando o carinho da palavra e o fervor da prece, na execução da enfermagem moral que lhes é necessária” (CE);

s.4 - “suprimir indagações no trato com as entidades infortunadas, nem sempre em dia com a própria memória, como acontece a qualquer doente grave encarnado” (CE).

Aplicam-se a este Capítulo as “Recomendações Gerais” a ele referentes

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