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Jean-Jacques Rousseau (1712-1778)

Filósofo, sociólogo e pedagogo nascido em Genebra. Foi de suma influência na Revolução Francesa e no Romantismo. Para se livrar de perseguições políticas, procurou refúgio na Suíça e na Inglaterra. Quando voltou à França, fixou-se em Paris e passou a lecionar música. Morreu um pouco mais tarde, talvez por suicídio, em Ermenonville.



Texto II

Filósofo iluminista, considerado um dos principais pensadores franceses do século XVIII. Nasceu em Genebra, filho de uma linhagem de franceses protestantes, emigrados para a Suíça durante o século XVI. Sua vida foi, desde muito cedo, marcada pela pobreza. Converteu-se ao catolicismo e trabalhou, na juventude, como gravador, secretário e pajem.

Sua educação foi realizada de maneira autodidata. Posteriormente, estudou música, com o Sr Le Maître, e latim em um seminário. Trabalhou como professor de música, escrevendo algumas peças musicais, óperas e balés. Em 1742, viajou para Paris. Travando contato com Condillac e Diderot, este último o encarregou dos artigos sobre música de sua Enciclopédia.

De uma ligação amorosa, teve cinco filhos, os quais entregou aos cuidados de orfanatos, dada sua pobreza. Em 1750, recebeu o primeiro prêmio em um concurso realizado pela Academia de Dijon, com o qual tornou-se conhecido nos meios intelectuais franceses. Quatro anos depois, retornando a Genebra, reconverteu-se ao protestantismo.

Devido a um sentimento de perseguição, rompeu relações com Diderot (1713-1784) e D‘Alembert (1717-1783), e foi alvo de censura pública em um escrito de Voltaire. Algumas de suas obras foram consideradas subversivas, o que obrigou Rousseau a deixar Paris.

Devido a constantes perseguições, viajou à Inglaterra, a convite de Hume (1711-1776), em 1765. Dois anos depois, porém, rompeu relações com o filósofo inglês e retornou a Paris, onde viveu até o fim de seus dias. Escreveu um Dicionário de Música, um romance intitulado A nova Heloísa, um escrito autobiográfico de nome Confissões, bem como várias obras musicais e poéticas.

Dentre sua obra filosófica, citamos alguns de seus mais importantes escritos: Discurso sobre as ciências e as artes, Discurso sobre as origens e fundamentos da desigualdade entre os homens, Emílio, Do contrato social, Diálogos de Rousseau, juiz de Jean-Jacques, Considerações sobre o governo da Polônia, Devaneios de um caminhante solitário.

O ponto central do pensamento de Rousseau radica na oposição entre natureza e sociedade, constitutiva da condição humana. Na observância às leis da natureza, bem como na aquiescência às suas inclinações e inatas, o homem encontra uma vida auto-suficiente, regulada por uma moral natural, que visa satisfazer suas necessidades básicas no equilíbrio com o meio físico e com os seus semelhantes.

Partindo deste estado primitivo, o homem desenvolve as primeiras sociedades, baseadas principalmente nos vínculos familiares, onde o indivíduo realiza-se plenamente como ser social; estas formas celulares de organização social são consideradas a plenificação máxima do modo de ser homem, pois o retiram do embrutecimento da vida inteiramente natural, enquanto o mantém ainda vinculado às suas necessidades.

A origem dos males da civilização reside no crescimento destas formações primevas, o que leva ao aparecimento da propriedade privada; este fator é o principal responsável na criação de uma maneira degenerada de conduta moral dos indivíduos, incutindo-lhes o egoísmo e o desejo de posse. A civilização, além deste fato, impõe um nivelamento e artificialidade ao comportamento humano, que termina por ignorar as necessidades individuais e naturais.

A crítica de Rousseau não pretende, contudo, impor uma regressão da sociedade ao estado primitivo; ela aponta, apenas, para a necessidade de resguardar os valores inatos aos homens, mascarados pelas exigências brutais da civilização. Neste sentido, seu pensamento procura elaborar teorias reguladoras da educação e da política, de modo a que estas passem a levar em conta as necessidades naturais do homem, que Rousseau aponta como suas necessidades essenciais.

O contato com a natureza, para este filósofo, é realizado não através da apreensão racional de suas leis fundamentais, como pretende tanto a doutrina racionalista quanto o pensamento iluminista; este contato, para Rousseau, é estabelecido a partir do sentimento. Este confere ao homem o sentido de sua união mística com a natureza e com os seus semelhantes.

Nesta comunhão, somente, o homem pode encontrar o pleno sentido da liberdade.

As idéias de Rousseau são consideradas, pela história da filosofia, como precursoras do idealismo alemão e do romantismo, movimento instaurado na Europa durante o século XIX.

Jean Jacques Rousseau (Suíça)
Rousseau pedagogiaemfoco

Jean-Jacques Rousseau (Escritores da Suíça)(wiki)

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Obra:
Jean-Jacques Rousseau - Discurso sobre a origem da desigualdade entre os homens (241K) (pdf)
Jean-Jacques Rousseau - Do contrato social (235K) (pdf)
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Fonte: •Enciclopédia Digital 99 • ( Literatura e Leitura ) •